O Presidente da República recebeu, em Belém, o Presidente da Áustria, em visita oficial a Portugal, a quem pediu um olhar atento ao plano de privatizações da troika.
Corpo do artigo
«Gostaríamos que os empresários austríacos não deixassem da analisar o processo de privatizações que neste momento se desenvolve em Portugal», afirmou o chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo austríaco, Heinz Fischer, no Palácio de Belém.
Nada contra um aumento do investimento em Portugal, respondeu Heinz Fischer, o Presidente austríaco, deixando no entanto a nota, com recurso aos livros de economia.
«Não nos devemos esquecer daquilo que Keynes disse: podemos levar o cavalo ao rio, mas ele depois terá que começar a beber. E a mesma coisa se passa com os empresários austríacos. Nós podemos criar as condições, mas quem depois toma as decisões no sentido de investir em Portugal serão eles próprios», afirmou.
Produzir, exportar e captar investimento estrangeiro. Cavaco insistiu na solução dar a volta à crise económica e ao lado de Fischer, que tal como ele, não tem funções executivas, pediu aos líderes europeus para acertarem a «agulha» do crescimento.
Depois de ter garantido que Portugal está a cumprir à risca o acordado da troika, Cavaco ouviu do homólogo austríaco a garantia de que, no final do programa, se for preciso mais ajuda, Viena não deixa cair Lisboa.
«Se as necessidades portuguesas aumentarem no futuro será um desafio para a solidariedade europeia e, se esse for o caso, a Áustria não ficará de lado», sublinhou.
Uma promessa do presidente da Áustria, que fez questão de marcar a diferença entre Portugal e a Grécia