O Presidente da República lançou, hoje, um alerta para a repartição dos sacrifícios, reiterando que a consolidação orçamental tem que ser acompanhada por desenvolvimento económico.
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No dia a seguir à greve geral, Cavaco Silva pediu diálogo para que os sacrifícios sejam repartidos equitativamente, através de uma agenda para a coesão social.
«Essa agenda não pode deixar de incluir, e de forma muito clara, a repartição equitativa dos sacrifícios que são exigidos aos portugueses, o apoio aos mais desfavorecidos e carenciados da nossa sociedade em nome da dignidade da pessoa humana e um diálogo frutuoso entre o Governo e o maior partido da oposição, e entre o Governo e os parceiros sociais», afirmou.
Para além disso, disse Cavaco Silva, é preciso também ter uma agenda para o crescimento económico para que o ajustamento orçamental não seja baseado numa estratégia recessiva.
Falando na COTEC, o Presidente da República voltou a insistir na necessidade de uma intervenção mais activa por parte do Banco Central Europeu (BCE), no dia em que Durão Barroso veio a público defender a independência do BCE e depois de Passos Coelho já ter afirmado que o banco central não deve imprimir moeda.
«Só quem revela algum desconhecimento é que receia que na situação actual possam resultar dessas intervenções perigos de inflação»,
Cavaco Silva sublinhou que já estamos a assistir a um fenómeno de aversão dos investidores em relação à dívida europeia, que já atingiu as dívidas da França, Áustria, Bélgica e Holanda e que pode alastrar-se a mais países.