
Cavaco Silva
dr
O PR revelou ter pedido ao presidente da TAP que lhe explicasse os motivos do fim dos voos da transportadora para Joanesburgo. Cavaco aceitou a justificação mas não ficou totalmente convencido.
Corpo do artigo
Questionado em Pretória (África do Sul) sobre a suspensão dos voos TAP entre Lisboa e Joanesburgo, rota com 49 anos de existência, uma medida que criou mal-estar e incómodos à comunidade portuguesa, Cavaco Silva respondeu que, adivinhando que a questão lhe iria ser colocada, pediu a Fernando Pinto uma explicação sobre as razões que levaram à decisão, em meados do ano passado.
«Ele [o presidente da TAP] explicou-me em detalhe porque é que a empresa deixou de voar para Joanesburgo. Isso, no entanto, levar-me-ia imenso tempo a transmitir aqui, porque foi uma longa explicação, de caráter técnico e que envolve, segundo ele, a atuação de duas outras companhias aéreas: uma que voa para Londres e outra para Madrid», disse Cavaco Silva.
Segundo o Presidente da República, o gestor concluiu que, «por causa daquelas duas companhias, a rota de Joanesburgo sempre deu prejuízos elevados, mesmo tendo uma grande comunidade para servir».
«Não quer dizer que eu tenha ficado totalmente convencido, mas como não sou um especialista em tráfego aéreo tive de aceitar e absorver a explicação que o presidente da TAP muito gentilmente me prestou sobre essa matéria», concluiu Cavaco Silva.
O chefe de Estado falava numa breve paragem na África do Sul, em trânsito de Maputo, onde participou na cimeira de chefes de estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para Lisboa.
O Presidente da República, passageiro em voos comerciais nesta sua visita à África Austral, que inclui Maputo, Joanesburgo e Pretória, regressa esta noite a Lisboa num voo da holandesa KLM, com escala em Amesterdão.
Em Pretória, dirigindo-se a empresários de origem portuguesa e a quadros de empresas portuguesas, Cavaco Silva elogiou a capacidade de adaptação e o espírito de luta e de sacrifício dos cerca de cinco milhões de portugueses da diáspora, incentivando os empresários a confiarem em Portugal e a contribuírem para a recuperação da economia portuguesa de várias formas, nomeadamente com investimentos e apostando no incremento das trocas comerciais.
Realçando a importância estratégica da África Austral para a economia portuguesa, e em particular o eixo Luanda-Pretória-Maputo, Cavaco Silva exortou os empresários com quem se reuniu na capital sul-africana a utilizarem este mercado da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral com benefícios mútuos para as suas economias e para Portugal.
«Os portugueses têm de saber aproveitar esta potencialidade porque aqui estão há séculos, conhecem o terreno e podem dar indicações preciosas àqueles empresários que estão em Portugal e reconhecem hoje que é da maior importância não pensar apenas na União Europeia», exortou o chefe de Estado na sua mensagem aos portugueses da África do Sul.