O Presidente da República aplaude a decisão do Banco Central Europeu (BCE), conhecida ontem, mas diz que chega tarde. Quanto a mais austeridade, Cavaco reafirma que só para os mais ricos.
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À margem da inauguração, em Coimbra, da primeira unidade de fabrico de nanomateriais de Portugal, o Chefe de Estado comentou a decisão do BCE, que manteve nos 0,75 por cento a taxa de juro de referência na zona euro.
«A decisão do BCE é muito importante para toda a Europa. Por tudo aquilo que tenho vindo a dizer, só posso congratular-me com a decisão tomada ontem pelo BCE. Só é pena que tenha sido tardia [porque] se tivesse sido tomada mais cedo ter-se-ia evitado a degradação do clima de confiança na zona euro e ter-se-iam reduzido os ganhos dos especuladores», comentou.
«Portugal, tal como a Irlanda, satisfaz plenamente as condições que foram definidas pelo BCE para a aquisição de títulos da dívida pública no mercado secundário», acrescentou Cavaco Silva.
Questionado sobre o possível aumento de impostos, um cenário que foi admitido esta semana pelo primeiro-ministro, Cavaco Silva reforçou a necessidade de repartir sacrifícios.
«O que eu tenho dito é que, eventualmente, só se podem considerar para acréscimo de sacrifícios aqueles que não os suportaram até este momento. Em termos de impostos, repito, temos de aguardar aquilo que a Assembleia decidir», sublinhou.
«O que é importante é preservar ou tentar melhorar a equidade na distribuição dos sacrifícios fiscais tratando da mesma forma aqueles que têm o mesmo rendimento e que se encontram na mesma situação pessoal. Mas não façamos especulações sobre meras possibilidades», acrescentou o Presidente da República.