O Presidente da República iniciou esta manhã uma visita de três dias à Noruega, acompanhado por uma extensa comitiva de empresários e investigadores (cerca de 70), e com os assuntos do mar a dominarem a agenda. Cavaco Silva considera que, nesta área, a Noruega é um parceiro natural.
Corpo do artigo
Cavaco Silva admite que nunca falou tanto de economia do mar em tão pouco tempo, como vai falar nesta visita. Em conversa informal com os jornalistas, ainda no voo para Oslo, o Presidente da República sublinhava a dimensão da comitiva, com cerca de 70 empresários e investigadores, e não hesitou em classificar esta como uma das mais importantes viagens presidenciais.
Esta manhã, no Centro de Investigação da Noruega, perante uma plateia de investigadores e empresários dos dois países, Cavaco Silva definiu o objetivo: "Temos de construir novos caminhos para o crescimento económico sustentável e para a criação de emprego. Tenho sido um forte defensor da necessidade incontornável de Portugal consignar mais recursos ao desenvolvimento da economia do mar, e transformar a sua pequena base numa fonte económica sólida para o país".
Aquacultura, biotecnologia marinha, exploração de recursos energéticos, seja nas fontes tradicionais ou alternativas. O Presidente diz que esse é um desígnio que começa a entrar nas políticas públicas em Portugal, e deixa um elogio a Assunção Cristas.
"Esta linha de pensamento tem sido incorporada nas nossas políticas públicas e a Ministra da Agricultura e do Mar tem sido a sua principal promotora", afirmou.
A Noruega já percorreu esse caminho há décadas, e mesmo excluindo a exploração de petróleo e gás natural, o peso da economia do mar no PIB norueguês é de cerca de 20%. Em Portugal não passa dos 3%. Daí que este seja um parceiro óbvio.
"Uma nova política exige novos parceiros, para desenvolver a nossa política e economia do mar. A nosso ver, a Noruega é claramente um parceiro desejável", sublinhou o presidente da República.
Cavaco Silva está de regresso à Noruega, país que visitou pela primeira vez em 1980. Foi bem mais a norte, em Aalesund, a capital da pesca e seca do bacalhau, que o então ministro das finanças de Sá Carneiro percebeu a importância de Portugal para aquela comunidade.
Perante uma cidade parada devido às limitações à importação de bacalhau decretadas por Lisboa, Cavaco ouviu o aviso: "olhe que sem bacalhau à mesa dos eleitores, nenhum governo ganha eleições em Portugal".