O desfile começou à porta da sede da operadora de telecomunicações PT/MEO, em Lisboa, e vai terminar junto à residência oficial do primeiro-ministro. Um protesto com o apoio da UGT e CGTP.
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Em causa está a mudança de mais de 150 trabalhadores para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos de origem francesa Altice, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento, prevendo-se a conclusão do processo até final do mês.
Os trabalhadores em greve, com o apoio dos diversos sindicatos, estão a caminho da residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, participa no desfile e voltou a lamentar o modelo que a multinacional defende, reiterando que "a Altice, com este modelo, não é bem-vinda em Portugal".
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A UGT tem vindo a defender que a intenção da Altice de despedir três mil trabalhadores da PT é "imoral" e "criminosa", apelando ao Governo e ao Presidente da República para travar essa possibilidade.
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, que também se juntou à manifestação, defende que este é um sinal de que os trabalhadores não se deixam intimidar.
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António Costa já fez declarações de apreensão para com o futuro da PT e a qualidade dos seus serviços, incluindo no debate parlamentar sobre o estado da Nação. As palavras do primeiro-ministro mereceram críticas por parte da oposição (PSD/CDS-PP), por intromissão em negócios privados, e BE e PCP exigiram a defesa dos direitos dos trabalhadores.
O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou na quarta-feira, no parlamento, que "está já em curso uma ação inspetiva" desencadeada pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) sobre o processo de transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas.
O português e cofundador da Altice Armando Pereira declarou, entretanto, que o Governo português, "muitas vezes, não vê a importância" do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.
O grupo francês Altice, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital SGPS, SA, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência (AdC).