Para o governador do Banco de Portugal, a palavra de ordem do momento atual é mesmo o equilíbrio orçamental.
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Em jeito de aviso ao novo governo, Mário Centeno considera que a margem financeira que o estado tem atualmente deve ser para acautelar crises futuras e não ser utilizada no presente.
Para o governador do Banco de Portugal, a palavra de ordem do momento atual é mesmo o equilíbrio orçamental e que em nome da estabilidade o espaço de manobra é estreito ou essencialmente nulo.
Na apresentação do Boletim da Primavera, que aponta para um crescimento da economia portuguesa acima dos 2% nos próximos 3 anos, acima do inscrito no OE2024 e do esperado pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, Mário Centeno recusou falar de um eventual orçamento retificativo que desconhece, mas recorda que de acordo com as novas regras do plano de estabilidade que entram em vigor no próximo ano é preciso manter a meta da convergência com os outros estados-membros da União Europeia.
Também sem tocar em eventuais medidas do novo executivo sobre redução de impostos, ou resposta a eventuais reivindicações salariais de classes profissionais como forças de segurança, professores ou saúde, o governado considera que é imperativo Portugal evitar o regresso ao défice excessivo, em que viveu 80% do tempo entre 2000 e 2027.
Sobre uma eventual descida das taxas de juro de referência por parte do BCE, Centeno prefere aguardar pelos dados dos salários, emprego e inflação referentes a março, para fundamentar uma avaliação já na reunião de abril dos governadores dos bancos centrais.
