Centeno diz que “inflação está controlada.” Ministro espanhol defende negociações com a China para proteger setor automóvel
Os produtores chineses de veículos elétricos serão em breve sujeitos a tarifas elevadas
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou esta sexta-feira que “a inflação está controlada” e que a meta é atingir “os 2% dentro de dois anos”. A afirmação do ex-ministro das Finanças (2015-2020), foi feita durante o Foro La Toja, na Galiza, onde participou numa conferência sobre “A União Monetária perante os desafios da estabilidade, o crescimento e a competitividade da economia europeia”. E traçou um cenário que o próprio definiu como “otimista”.
"A inflação está controlada. O Banco Central Europeu [BCE] tem de ser muito bom na comunicação, porque a inflação que temos como objetivo é a médio prazo. Tomamos decisões hoje para que daqui a dois anos a inflação seja de 2%. Estamos já muito perto dos 2%", declarou, numa manhã do fórum galego dedicada à competitividade e em que Carlos Cuerpo, ministro da Economia espanhol, defendeu a continuação de negociações com a China, para chegar a um acordo que permita proteger um “setor estratégico” para a Europa como o da produção automóvel. Cuerpo declarou que Espanha decidiu pela abstenção, aquando da votação hoje pela União Europeia de tarifas elevadas para os veículos elétricos chineses.
“Hoje é um dia importante a nível europeu, porque teve lugar a votação a respeito da imposição de tarifas aos veículos elétricos da China pela União Europeia. Informo que o sentido de voto de Espanha foi de abstenção, coerente com a nossa posição de tentar reforçar a negociação entre ambas zonas, da UE com produtores e autoridades chineses, para sermos capazes de encontrar uma solução negociada e acordada”, declarou Carlos Cuerpo, defendendo que “para lá da imposição de tarifas, temos que prosseguir com a negociação, porque é importante a proteção de um setor tão estratégico como é o do automóvel, e temos de o fazer evitando uma escalada de medidas comerciais que possam ser prejudiciais para todos”.
Cuerpo, indicou que a tomada de posição de Espanha, pretende contornar os eventuais efeitos nefastos da aplicação de tarifas mais elevadas aos veículos elétricos fabricados na China. “Espanha defende a negociação (…) uma solução que acomode todos, ajudará a atingir dois objetivos: proteger o nosso sector, porque é estratégico, somos o segundo produtor europeu e temos que nos mover em direção a um modelo de mobilidade sustentável, para o veículo elétrico, e fazê-lo de maneira compatível com uma relação positiva e construtiva com um dos nosso principais parceiros, a China”, referiu o governante, desdramatizando um eventual risco para o atual e futuro investimento chinês do sector automóvel em Espanha.
“Pelo contrário, penso que uma das vias pelas quais temos de avançar para ser capazes para proteger o nosso sector automóvel, ainda mais num segmento onde agora existe uma certa distância em relação a tecnologia de ponta, é a chegada de investimento, que seja produtivo e que crie emprego e desenvolvimento de valor acrescentado num sector-chave em Espanha”, concluiu.
Os produtores chineses de veículos elétricos serão em breve sujeitos a tarifas elevadas antes de venderem os seus produtos topo de gama no mercado da UE.
Segundo a Euronews, os países da União Europeia não conseguiram chegar a acordo sobre a aplicação de tarifas mais elevadas aos veículos elétricos fabricados na China durante uma votação atenta que terminou com um número elevado de abstenções, obrigando a Comissão Europeia a ultrapassar o impasse e a levar a sua proposta até ao fim.
O resultado da votação de sexta-feira não foi divulgado publicamente.
