Em visita a Portugal, o comissário europeu Pierre Moscovici defendeu que a Comissão Europeia e Mário Centeno, eleito presidente do Eurogrupo, terão de trabalhar em conjunto.
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O presidente eleito do Eurogrupo, Mário Centeno, terá de trabalhar de "mãos dadas" com a Comissão Europeia, afirmou hoje o comissário europeu Pierre Moscovici, acrescentando que isso não quer dizer que "tenha de seguir a linha da Comissão".
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, reuniu-se na quarta-feira com Mário Centeno e o primeiro-ministro português, António Costa, para discutir as prioridades do Eurogrupo nos primeiros seis meses do próximo ano: o aprofundamento da União Económica e Monetária e a conclusão do programa de ajustamento da Grécia.
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"O Eurogrupo vai desempenhar um papel fundamental em avançar com este trabalho na primeira metade de 2018, preparando as duas cimeiras de líderes planeadas para março e junho para tomar as decisões necessárias nesta área. Eu sei que Mário Centeno atribui tanta importância a este processo como eu", disse o representante europeu numa conferência de imprensa em Lisboa, defendendo que é importante garantir que "a Comissão e o presidente do Eurogrupo trabalhem de mãos dadas".
Ainda assim, Moscovici disse que "isso não significa" que o presidente do Eurogrupo "tenha de seguir a linha da Comissão, só significa que ambas as partes partilham uma visão, de que o pacote da Comissão é a linha de trabalho que deve ser seguida".
O comissário europeu afirmou ainda que será "Mário Centeno a liderar o Eurogrupo, sozinho, num enquadramento coletivo, mas a Comissão tem um papel especial no Eurogrupo, é uma força motriz", exemplificando com as opiniões dadas sobre os planos orçamentais dos diferentes países ou nas propostas da União Económica e Monetária (UEM).
"Por isso, temos de trabalhar de mãos dadas com o presidente do Eurogrupo, quem quer que ele seja", reiterou.
Portugal deve estar "orgulhoso"
Pierre Moscovici considerou ainda que Portugal deveria "estar orgulhoso" pela eleição do ministro das Finanças para a liderança do Eurogrupo. "É um papel muito importante", disse.
"Tenho a certeza de que o Governo português respeita as instituições e o enquadramento da União Europeia", acrescentou.
O pacote de propostas de Bruxelas sobre o aprofundamento da UEM defende que o euro "deve ser uma força de união e não de divisão", a criação de um Fundo Monetário Europeu e promover o apoio financeiro para uma convergência entre as economias da UEM.
"Este pacote não será o último passo de que precisamos para obter uma UEM mais democrática, forte e eficiente", acrescentou.