35 horas: Centeno diz que contratação de enfermeiros custará 27 milhões de euros
O ministro das Finanças diz que o sector da saúde é "de longe" aquele onde o impacto da aplicação da redução do horário de trabalho é maior. Centeno insiste na necessidade de "um período de adaptação"
Corpo do artigo
A pergunta do PSD foi clara e a resposta do ministro também:
"Sobre se, no dia 01 de julho, todos os trabalhadores da administração pública, independentemente do tipo de vínculo, passam a trabalhar 35 horas, a resposta é não por muitos motivos", disse Mário Centeno.
Adiante, o ministro das Finanças concretizou, sublinhando que os trabalhadores com contrato individual de trabalho, como aqueles que trabalham nos hospitais empresa, vão implicar "um tipo de intervenção completamente distinto daquele que estamos a falar para os trabalhadores em funções públicas".
Durante a audição na comissão de Trabalho e Segurança Social, o Bloco insistiu.
Joana Mortágua lembrou que no sector da saúde persiste a dúvida sobre a entrada em vigor das 35 horas, a 1 de julho.
"O que respondemos a estas enfermeiras e a estes enfermeiros? As 35 horas são também para elas e para eles ou não são?", perguntou a deputada bloquista.
O ministro das Finanças respondeu apenas que será necessário um "período de adaptação". Centeno repetiu, aliás, ao longo da tarde, que é preciso que é preciso assegurar a prestação dos serviços públicos e a situação das contas públicas.
O PSD e o CDS quiseram saber qual vai ser o impacto financeiro das 35 horas, o ministro ainda não tem dados finais mas sempre adiantou que o sector da saúde é "de longe" aquele onde os valores são mais elevados.
"Os custos de contratação de enfermeiros no segundo semestre do ano seriam de 27 milhões de euros", disse Mário Centeno.
Muito cauteloso, ao longo da audição, o ministro repetiu, por várias vezes que é necessário que a entrada em vigor da redução de 40 para 35 horas semanais, seja feita de forma "sustentada no conjunto de políticas prosseguidas que não podemos falhar" .
Centeno sublinhou a importância da "norma transitória" e apelando aos deputados para que encontrem "uma solução que salvaguarde as preocupações de controlar os custos" da aplicação das 35 horas de trabalho semanal.