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O ministro das Finanças diz que existe uma diferença entre "independência e desresponsabilização". Palavras para a supervisão do Banco de Portugal. PSD diz que "quem se meter com a geringonça leva".
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Criticado pela oposição (PSD e CDS) por fazer "bullying personalizado" aos responsáveis pelo Banco de Portugal e do Conselho de Finanças Públicas, o ministro das Finanças reclama para si a responsabilidade máxima pela estabilidade financeira.
Antes, e em resposta ao PSD e CDS que criticaram um "processo de partidarização em curso", Mário Centeno disse que "independência não significa desresponsabilização", uma afirmação que foi sublinhada com os aplausos da bancada socialista.
Mário Centeno foi interpelado diretamente pela deputada do Bloco de Esquerda que questionou se Carlos Costa "tem condições para desempenhar bem o seu papel de governador do BdP e se dá garantias de segurança, estabilidade, de eficácia e de independência face ao sistema bancário".
Na resposta, Centeno citou as palavras do primeiro-ministro para dizer que o Governo trabalha de forma "leal e construtiva" "com as instituições que existem", mas acrescentou que isso "não é desresponsabilizar nem as instituições, nem o Governo de melhorar a atuação de todas e cada uma destas instituições."
Na leitura do ministro das Finanças, existiram "inúmeros problemas o sistema financeiro e e muitas deficiências" que é preciso corrigir.
No debate, o PSD, pela voz do deputado Duarte Pacheco considerou "inaceitável" que o Governo queira "subordinação política" do supervisor ao Governo.
"O Sr. Ministro quer dar uma nova roupagem a uma frase quem se mete com a geringonça leva", disse o deputado social-democrata, numa adaptação de uma frase atribuída a Jorge Coelho, na altura dirigente socialista.
Na resposta, Centeno disse que falou em "cooperação" com a supervisão.