As centrais sindicais e a Confederação do Comércio estão contra o modelo de Belmiro de Azevedo que defende salários mais baixos.
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O empresário e líder histórico da Sonae, Belmiro de Azevedo, defende salários mais baixos alegando que sem mais mão-de-obra barata não há emprego para todos.
À porta da concertação social, esta manhã, João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio, foi curto e claro quando questionado sobre esta declaração de Belmiro.
«Espero que o engenheiro Belmiro de Azevedo tenha descoberto algum modo das pessoas comprarem nas lojas dele sem salários», ironizou.
Quanto a Arménio Carlos, o líder da CGTP, acusa Belmiro de ter pouca sensibilidade e falta de respeito por todos aqueles que produzem a riqueza.
Na mesma linha, contra o que considera ser a exploração, João Proença, o líder da UGT sublinha que um modelo de baixos salários não significa um futuro para Portugal.
Estas declarações foram feitas antes do início da reunião da concertação social na qual os parceiros vão insistir com o Governo quanto à necessidade de ser feita uma atualização do salário mínimo nacional.
Nesta matéria Arménio Carlos lança um desafio direto aos patrões, considerando que a pouca abertura do Governo para subir o salário mínimo não impede que as conferações patronais não possam negociar com os sindicatos.
Na resposta Antonio Saraiva, o patrão dos patrões, diz que espera que a CGTP mostre hoje uma atitude mais construtiva, numa «base de confiança e diálogo e não apenas querer ver em cima da mesa o aumento do salário mínimo sem qualquer contrapartida ou acautelamento de setores que estão mais expostos à concorrência internacional».