Empresários estão desde as 10h junto ao Conselho de Ministros. Entre as 15h e as 22h protestam junto à residência oficial do primeiro-ministro, de onde seguem para o Palácio de Belém.
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O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED) disse, esta quinta-feira, que o setor conta com apenas 60 empresários, dos 300 que já percorreram as feiras do país.
"Éramos cerca de 300, que se registavam com os certificados de inspeção dos carrosséis. Neste momento somos cerca de 60, não somos mais", afirma Luís Paulo Fernandes, referindo que os restantes faliram.
Cerca de meia centena de empresários da diversão itinerante estão hoje concentrados desde as 10h, junto à Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa.
O responsável adiantou que no próximo fim de semana a jornada de luta pode mudar de figura na Póvoa de Lanhoso, onde deviam participar nas festas. No entanto, no lugar dos carrosséis, afirma que vão estar insufláveis.
"Vamos estar na Póvoa de Lanhoso e dizer ao presidente da Câmara que não nos fez descontos, nem nos quis auxiliar. Agora, apareceu de um dia para o outro com insufláveis. Temo que aconteçam desgraças com esta medida", frisa.
Luís Fernandes adianta também que os empresários não querem deixar de pagar as suas contribuições, mas que o querem fazer de uma forma justa, sem reclamar qualquer isenção.
"Nós entregamos três mil euros em fichas. Ao entregarmos em géneros era uma brincadeira, mas nós não queremos isenção. Ele agora [o presidente da Câmara] - vai pegar no dinheiro dos contribuintes e pagar a uma empresa de insufláveis do concelho? Atenção que podem acontecer desgraças na Póvoa do Lanhoso este fim de semana", alerta.
Este mês, a edição 2017 das Festas Concelhias de Póvoa de Lanhoso não teve carrosséis, porque os empresários tentaram pagar as taxas municipais com fichas e bilhetes, que não foram aceites pela Câmara Municipal.
Os empresários da diversão itinerante têm realizado vários protestos nos últimos anos para pedir medidas de apoio à atividade, entre as quais voltar a ter alvarás de cultura que lhes permitam descer o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de 23% para 13%.
O objetivo é a aplicação da resolução 80/2013, aprovada por todos os partidos políticos no parlamento e publicada em Diário da República, que "recomenda ao Governo o estudo e a tomada de medidas específicas de apoio à sustentabilidade e valorização da atividade das empresas itinerantes de diversão".
A 21 de fevereiro, os empresários manifestaram-se em Lisboa para exigir voltar a ter alvarás de cultura. No entanto, o Governo recusou a descida do IVA até ao próximo Orçamento do Estado, o que levou o presidente da APED a ameaçar com um boicote às feiras nacionais.