A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) transmitiu hoje ao primeiro-ministro que Portugal precisa de mais tempo para cumprir o acordado com a troika e reduzir a dívida pública.
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A secretária-geral da CES, Bernadette Ségol, reuniu ao início da tarde com o primeiro-ministro, a quem transmitiu a preocupação da Confederação perante a deterioração da situação financeira do país e, em particular, o aumento do desemprego e a redução dos salários em Portugal.
«Transmitimos ao primeiro-ministro que Portugal precisa de muito mais tempo para diminuir a dívida pública e que precisa de muito mais tempo e de medidas muito mais equilibradas do que aquelas que está a aplicar unilateralmente» para reduzir a despesa, afirmou Bernadette Ségol, em conferência de imprensa no final do encontro com Passos Coelho.
Apesar dos apelos lançados, Bernadette Ségol disse aos jornalistas que o chefe de governo garantiu que tenciona cumprir a meta traçada com as instâncias europeias para a redução do défice.
Segundo a responsável, «as atuais políticas estão a atingir os mais pobres e as pessoas precisam de mais, nomeadamente, do aumento do salário mínimo, de proteção social no desemprego».
«Acreditamos que não é justo colocar um fardo tão pesado em cima dos funcionários públicos e dos pensionistas e Portugal tem de mudar a forma como está a lidar com a crise», reiterou Bernadette Ségol, que se fez acompanhar neste encontro pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e pelo secretário-geral da UGT, João Proença.
A secretária-geral da CES defendeu ainda a aplicação de taxas sobre as mais-valias bolsistas e as transações financeiras na Europa, bem como mais transparência no setor financeiro.
«O dinheiro tem de ser encontrado onde está, precisamos de aplicar taxas sobre as mais-valias e de exigir muito mais transparência e responsabilidade ao setor financeiro que é o responsável pela situação económica na qual nos encontramos», considerou.
Ainda esta tarde, a secretária-geral da CES vai reunir com o Presidente da República, com a presidente da Assembleia da República e com o líder do PS.