CGTP critica "Governo dos grupos económicos" e partidos pedem aumentos de salários no 1.º de Maio
O Dia do Trabalhador é esta quarta-feira comemorado em todo o país, com as centrais sindicais CGTP e UGT a promoverem manifestações e iniciativas pela valorização dos trabalhadores.
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Confrontos entre líderes de diversas forças de esquerda marcaram as primeiras manifestações sindicais do 1.º de Maio em França, com altercações isoladas em algumas cidades e reivindicações diversas, contra a reforma do seguro de desemprego ou por aumentos salariais.
Enquanto se aguardava o grande desfile unitário organizado em Paris a partir das 14h00 locais, as notícias dos desfiles realizados de manhã noutras cidades francesas foram marcadas sobretudo pela participação frustrada do candidato socialista nas eleições europeias em junho, Raphael Glucksmann, em Saint Étienne, cidade a 60 quilómetros a sudeste de Lyon.
PS, BE, PCP e PAN marcaram esta quarta-feira presença no tradicional desfile do 1.º de Maio, em Lisboa, e defenderam aumentos salariais e melhores condições para os trabalhadores.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou que os trabalhadores enfrentam questões como "baixos salários, longos horários de trabalho, muita precariedade, muitos contratos a prazo".
O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, afirmou esta quarta-feira que Portugal tem "um Governo dos grupos económicos" e que é "urgente uma rutura" que faça o país crescer, para que todos consigam viver e trabalhar condignamente.
"Temos muito caminho pela frente, muito caminho para trilhar. Temos um Governo dos grupos económicos [...], mas ainda na semana passada tivemos uma das maiores manifestações de sempre em defesa e afirmação dos valores de Abril", disse Tiago Oliveira perante milhares de pessoas concentradas nos jardins da fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.
Milhares de pessoas estão, esta quarta-feira, nas ruas de Lisboa com os aumentos salariais e de pensões no centro do desfile. As centrais sindicais cumprem a tradição e saem à rua pela valorização dos trabalhadores. Em Lisboa, a manifestação já arrancou do Martim Moniz e segue agora até à Alameda D. Afonso Henriques. Este é o primeiro 1.º de Maio de Tiago Oliveira à frente da CGTP.
Em declarações à TSF, Tiago Oliveira espera uma "grande manifestação". "Tivemos um grande 25 de Abril, que assinalou 50 anos de uma data histórica a nível nacional. O povo relembrou os valores de Abril, trazendo-os para a rua. Como há 50 anos, Abril confirmou-se num grande 1.º de Maio. Hoje vamos ter um grande 1.º de Maio. Os problemas concretos dos trabalhadores, dos jovens e reformados vão estar presentes na rua sempre na esperança de uma vida melhor", afirma.
O secretário-geral da CGTP sublinha que o "programa do Governo é muito mau para os trabalhadores e para o país". "Ou o Governo toma um rumo diferente daquilo que assumiu, ou segue neste rumo de desvalorização dos trabalhadores e contem com a CGTP para se unir aos trabalhadores", adianta.
Tiago Oliveira justifica ainda o motivo pelo qual nem nos 50 anos da primeira grande manifestação da democracia portuguesas as duas centrais sindicais (CGTP e UGT) se uniram: "Temos projetos diferentes, são duas centrais sindicais com visões distintas."
O ex-primeiro-ministro António Costa considerou esta quarta-feira que "continuar a aumentar o valor dos salários no PIB" deve ser um objetivo do atual Governo e considerou necessário avaliar o impacto da Agenda do Trabalho Digno.
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), António Costa defendeu a necessidade de "manter o emprego em máximos, promover trabalho digno e salários justos".
"Um objetivo: continuar a aumentar o valor dos salários no PIB. É necessário: monitorizar o impacto da Agenda do Trabalho Digno na dinamização da contratação coletiva e na regulação do trabalho nas plataformas", indicou.
O primeiro-ministro defendeu esta quarta-feira que as políticas públicas têm de criar melhor emprego e um país "com menos impostos e mais rendimentos" e elogiou todos os trabalhadores que "contribuem para um Portugal moderno e ambicioso".
Numa publicação na conta oficial na rede social X (antigo Twitter), para assinalar o 1.º de Maio, Luís Montenegro escreveu que "as políticas públicas têm de servir para melhor emprego num país mais produtivo e socialmente responsável, com menos impostos e mais rendimentos".
"Hoje celebramos com todos os trabalhadores: que produzem, criam e contribuem para um Portugal moderno e ambicioso", acrescenta o chefe de Governo, desejando um "feliz Dia do Trabalhador".
O Dia do Trabalhador é hoje comemorado em todo o país, com as centrais sindicais CGTP e UGT a promoverem manifestações e iniciativas pela valorização dos trabalhadores.
A polícia turca deteve esta quarta-feira cerca de 150 pessoas no âmbito dos protestos do Dia do Trabalhador em Istambul, recorrendo a gás lacrimogéneo para dispersar um grupo de manifestantes que tentou romper um cordão policial próximo da praça Taksim.
As autoridades pediram aos manifestantes que evitassem qualquer ação que pudesse violar a ordem pública, tendo estes arremessado garrafas de plástico e outros objetos contra as forças de segurança, de acordo com relatos da televisão NTV.
O Governo local proibiu as manifestações do Dia do Trabalhador na zona central de Taksim, no distrito de Saraçhane, bloqueando todos os acessos à praça. No total, está interrompida a circulação em cerca de 70 ruas, bem como na estrada principal.
Cerca de 42.000 polícias foram mobilizados no âmbito de uma operação de segurança maciça uma vez que o 1.º de Maio é um dia que, historicamente, se registam vários distúrbios e protestos.
A greve desta quarta-feira dos trabalhadores do comércio e serviços está a registar "excelentes adesões", segundo fonte sindical, que aponta encerramentos parciais de lojas e totais de alguns serviços, sobretudo na grande distribuição alimentar.
"Ainda estamos a apurar a adesão, até porque a esmagadora maioria das lojas e das cadeias ainda nem sequer abriu. Mas, naquelas que tinham horário de abertura a partir das 08h00, verificamos enormes limitações", avançou Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp), em declarações à agência Lusa.
"Há inúmeras limitações e os clientes devem contar com isso hoje", acrescentou.
Segundo a dirigente sindical, "o dia de luta é de todos os trabalhadores do comércio, sendo que terá maior impacto nas cadeias da distribuição, nomeadamente da distribuição alimentar, que é aquela onde, neste momento, consegue ser já visível a greve, quer com encerramentos parciais de lojas, quer com encerramentos totais de alguns serviços de algumas cadeias".
O Dia do Trabalhador é hoje comemorado em todo o país, com as centrais sindicais CGTP e UGT a promoverem manifestações e iniciativas pela valorização dos trabalhadores.
As comemorações da CGTP do Dia do Trabalhador, em Lisboa, iniciam-se de manhã com a corrida internacional do 1.º de Maio, com partida e chegada no Estádio 1.º de Maio.
À tarde, a partir das 14h30, a central sindical promove o tradicional desfile entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques, onde no fim haverá um comício que terá como orador principal o novo secretário-geral da central sindical, Tiago Oliveira, que sucedeu a Isabel Camarinha em fevereiro.
No Porto, está prevista uma manifestação, à tarde, na Avenida dos Aliados.
As comemorações da central sindical ocorrem ainda por todo o país, abrangendo, segundo o programa divulgado, Açores, Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Madeira, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, com manifestações, festas populares e provas desportivas.
Os trabalhadores do comércio estão hoje em greve por melhores salários e pela valorização de carreiras, denunciando ritmos intensos e horários desregulados.
A paralisação foi convocada por dois sindicados representativos do setor, afetos à CGTP e UGT.
O CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CGTP) disse, em comunicado, que estes trabalhadores têm ritmos de trabalho "intensos e horários desregulados", operando até 18 horas diárias, sete dias por semana, incluindo feriados.
Para o sindicato, o comércio tem de fechar em todos os feriados nacionais, bem como ao domingo, e a partir das 22h00.
Os trabalhadores exigem igualmente a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais.
O secretário-geral da UGT, numa entrevista TSF/DN, admite que há dificuldades dos sindicatos em falar com os trabalhadores mais jovens e avisa a ministra do Trabalho que a UGT não aceita a ideia de liberalizar os despedimentos.
O secretário-geral da CGTP vai estrear-se no desfile do 1.º de Maio, como líder da central. Critica o Governo, que optou por falar com os patrões sobre legislação laboral, sem ouvir antes os sindicatos. E garante que a CGTP esteve e estará sempre ao lado dos trabalhadores, ao contrário dos movimentos inorgânicos.
