O secretário-geral da CGTP classificou como uma «enorme campanha de propaganda» a proposta do Governo enviada aos parceiros sociais.
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«O que está montado é uma enorme campanha de propaganda [...], é preocupante o que se passa no nosso país, porque se está a colocar como uma novidade uma coisa que é prática comum desde sempre», afirmou no sábado à noite, Carvalho da Silva, em declarações à agência Lusa.
«Normalmente, as empresas privadas, no início do ano, negoceiam com os trabalhadores a utilização de dias de férias em 'pontes'. Isso é comum», referiu o secretário-geral da CGTP.
De acordo com a última proposta do Governo enviada aos parceiros sociais, as empresas terão a possibilidade de encerrar nas 'pontes', sendo estes dias descontados no total anual de férias, sem que seja necessária a autorização do trabalhador.
Esta medida insere-se no ponto referente à alteração ao regime de feriados e férias que consta da proposta do Governo para o 'Crescimento, Competitividade e Emprego', que será discutido na segunda-feira em concertação social.
«O mais cínico disto tudo é que até há poucos dias havia alguns 'escribas de serviço' que diziam que se tem que acabar com as 'pontes'. E agora [surge] a hipótese de colocar as 'pontes' como controladas pelos patrões, unilateralmente, então as 'pontes' já são úteis», disse Carvalho da Silva.
Para o representante da central sindical, é essencial «haver mais verdade, mais ética, mais rigor». Caso isso não aconteça, o país não sai do «buraco».