CGTP: "Nunca iremos assinar nada que seja contra os interesses dos trabalhadores"
A central sindical afirma saber quais as políticas seguidas pelos governos PSD/CDS.
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O líder da CGTP parte para a reunião da Concertação Social sem grande expectativa. Tiago Oliveira afirma que a política dos governos PSD/CDS é conhecida e que ela não traz nada de bom para os trabalhadores.
"Se olharmos para o programa do Governo e o que lá está vertido ponto a ponto, vai ao encontro dos grandes grupos económicos", garante. Tiago Oliveira dá o exemplo da desregulação dos horários de trabalho, que "não se vê nem uma vírgula em relação ao combate à precariedade e há um contínuo perpetuar dos salários baixos".
"A proposta de chegar a 2028 com mil euros de salário mínimo é uma proposta completamente ao lado das dificuldades que hoje, não é daqui a quatro anos, cada um de nós sente no dia a dia", acrescenta.
O coordenador da central sindical, que não assinou o acordo de concertação social com o anterior Governo, admite que a CGTP é acusada de não chegar nunca a consenso com os parceiros sociais, mas garante que tem razões de sobra para não o fazer.
"Nunca iremos assinar nada que seja contra os interesses dos trabalhadores", assegura. "A pergunta que tem de ser feita é: no que é que tem melhorado a vida das pessoas?", questiona. "Se respondermos a esta pergunta, vamos perceber que o que tem sido assinado não tem sido vantajoso para os trabalhadores, mas sim para os grupos económicos", considera.
Tiago Oliveira põe sobre a mesa um número concreto que, segundo ele, demonstra a situação laboral no país: "Em Portugal, apenas 19 empresas têm lucros de 28 milhões de euros por dia, para percebermos o que está em causa". "Não contem com a CGTP para isso", vinca.