A CGTP está preocupada com as intenções do Governo para alargar os motivos do despedimento com justa causa e admite mais protestos. Já a CCP entende que a proposta do Executivo merece ser ponderada.
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O Governo vai propor aos parceiros sociais a alteração do conceito de despedimento com justa causa, introduzindo a hipótese de despedimento por incumprimento de objectivos ou quebra de produtividade, segundo uma proposta à qual a Lusa teve aceso.
Para Joaquim Dionísio, da CGTP, trata-se de «mais uma tentativa, das muitas que os vários governos têm feito, para fragilizar o despedimento, para liberalizar os horários de trabalho e para desequilibrar ainda mais a relação laboral», aumentando a «exploração» dos trabalhadores e os lucros das empresas.
A CGTP «estará obviamente nas discussões todas» sobre esta questão, mas admite mais protestos para além do previsto para 1 de Outubro, acrescentou.
Já o presidente da Confederação do Comércio de Portugal (CCP) disse que a proposta já estava prevista no entendimento com a "troika" e merece ser ponderada.
«Flexibilizar esse tipo de situações tem significado, se bem que seja muito difícil, por vezes, definir os contornos directos, o recurso à justiça e todo esse tipo de situações», disse João Vieira Lopes, mostrando-se disponível para discutir a proposta governamental com os sindicatos.