A CGTP recusa "qualquer medida" que vise contratar parte dos funcionários precários do Estado, mas que implique o despedimento de outros.
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"Aguardamos até ao final desta semana para que essas listas sejam disponibilizadas, mas desde já queremos transmitir que estaremos nas comissões para resolver definitivamente a situação de cerca de 100.000 pessoas que hoje trabalham para o Estado com vínculos precários", afirmou aos jornalistas o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
Ainda assim, Arménio Carlos disse que a intersindical opõe-se a "qualquer medida" que "vise a vinculação de uns à custa do despedimento de muitos".
Em causa está o projeto de lei para a integração dos precários no Estado, que, segundo a interpretação da CGTP, "indicia que se abre uma porta para a saída de um número significativo de trabalhadores que não entregou o requerimento".
"Isso já não é estar a discutir uma solução para o problema. Não estamos de acordo. Isso é subverter o conceito", sublinhou.
O Governo estima que tenham sido cerca de 22 mil os trabalhadores precários do Estado que apresentaram um requerimento para solicitar a sua integração nos quadros da Administração Pública, entre os 100 mil trabalhadores sem vínculo permanente na Administração Central e empresas públicas contabilizados pelo Ministério das Finanças em fevereiro.
Para Arménio Carlos, isso significa que "este é um processo coxo, porque se há mais de 100 mil trabalhadores com vínculos precários e se só 22 mil solicitaram a regularização da situação, há cerca de 80 mil que ainda não o fizeram, provavelmente não é porque não queiram, poderá ser por outros motivos".