Chefe da missão da 'troika' diz que não vai ser fácil Portugal regressar aos mercados
O chefe da missão da 'troika', numa entrevista ao Diário Económico, avisa que não vai ser fácil a Portugal regressar aos mercados. O etíope que trabalha para o FMI diz ainda que reduzir os salários não é uma receita mágica.
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Não basta cortar os salários para resolver o problema da competitividade da economia nacional. Para o chefe da missão da 'troika' em Portugal também é preciso investir em educação e inovação.
Abebe Selassie afirma nesta entrevista ao Diário Económico que é necessário mudar as regras para conseguir um melhor alinhamento entre a produtividade e os níveis salariais, no sentido de que não deve existir um modelo universal que obrigue empresas em dificuldades financeiras a aumentarem os ordenados dos funcionários.
Este responsável considera positivo o trabalho do governo junto dos parceiros sociais e destaca as iniciativas do executivo para combater o desemprego, sobretudo, as que são direcionadas para os jovens.
Abebe Selassie acredita que Portugal vai cumprir a meta de 4,5% para o défice orçamental deste ano. E defende que se este objetivo falhar não faz sentido acrescentar mais austeridade.
O chefe da missão da 'troika' em Portugal reafirma a importância do consenso político para o sucesso das reformas económicas que estão a ser implementadas.
Em relação ao pedido do PS para alargar por mais um ano o prazo para reduzir o défice orçamental, Abebe Selassie considera que não faz sentido porque Portugal está muito próximo de conseguir cumprir o objetivo traçado.
Quanto ao regresso aos mercados em Setembro de 2013, o chefe da missão da 'troika' em Portugal diz que esta não vai ser uma missão fácil, mas é possível. Para tal defende que é necessário recuperar a confiança dos investidores através do reequilíbrio das contas públicas e do cumprimento do programa de ajustamento.