Depois de acordado um mecanismo único de supervisão bancária, cabe agora aos chefes de Estado e de Governo dos 27 chegar a um compromisso para o reforço do euro.
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Já começou, em Bruxelas, o último Conselho Europeu do ano, poucas horas depois dos ministros das finanças dos 27 terem chegado a acordo sobre o mecanismo único de supervisão bancária zona euro.
Para Angela Merkel, o trabalho sobre a supervisão bancária não está ainda concluído, mas em jeito de balanço, na última cimeira do ano, a chanceler alemã afirma que a União Europeia (UE) progrediu muito em 2012.
«Temos agora um fundo de solidariedade com o Mecanismo Europeu de Estabilidade, temos o pacto fiscal, a supervisão bancária. Neste aspeto ainda há trabalho a fazer para que o mecanismo de supervisão possa estar a funcionar em 2014. Precisamos de dinamizar a coordenação para assegurar a melhoria da nossa competitividade», referiu Merkel.
Já François Hollande entende que o facto de se ter tornado presidente da França veio dar um impulso à Europa, considerando que o mecanismo de supervisão constitui um passo importante na integração comunitária, capaz de prevenir novas crises.
«A crise veio dos bancos, então o mecanismo de supervisão tem de ser introduzido porque nada será como dantes. Enquanto a Europa avança, devemos especialmente em França destacar o que se passou no mês de maio, com o voto dos franceses que acredito ter sido um dos elementos que permitiu chegar a este resultado. Agora temos de o consolidar», afirmou Hollande.
Por outro lado, David Cameron entende que ainda há trabalho a fazer, mas o Reino Unido ficará definitivamente afastado da união bancária.
«A zona euro precisa de uma união bancária. Mas, o Reino Unido não será parte dessa união bancária e protegeremos devidamente os nossos interesses no mercado único. As discussões de hoje serão sobre isso. Uma discussão abrangente de como a Europa está a mudar e de como essas mudanças estão a acontecer por causa do euro. Porque os países do euro precisam de se integrar mais, precisam de integrar mais as suas instituições», salientou.
«A Grã-Bretanha não está no euro. Portanto, não faremos parte dessa integração», lembrou Cameron.
As declarações dos protagonistas da última cimeira europeia do ano, a qual é considerada por algumas vozes em Bruxelas como o "alicerce da Europa do futuro" com países do euro a aprofundar o nível de integração, mantendo os outros dentro da união, embora menos integrados.