A ministra das Finanças francesa foi designada director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a primeira mulher a exercer o cargo.
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Christine Lagarde sucederá na liderança do FMI, ao também francês Dominique Strauss-Kahn, que se demitiu depois de ser alvo de acusações de agressão sexual contra uma criada de quarto de um hotel nova-iorquino.
Presença inconfundível, com um discurso acutilante e um estilo aplaudido como distinto, elegante e chique, Lagarde é considerada a figura política francesa mais reconhecida na arena internacional a seguir ao Presidente, Nicolas Sarkozy.
Numa sondagem publicada em 2009, apareceu como segunda figura preferida dos franceses, apenas atrás do cantor e actor Johnny Halliday.
Natural de Paris, 55 anos, Lagarde tem acumulado vários títulos de «primeira mulher a...», incluindo nas funções que actualmente desempenhava no governo francês. Foi a primeira mulher a tutelar a pasta da Economia e Finanças não apenas em França mas em todos os países do G8.
A primeira experiência de Christine Lagarde no mundo anglo-saxónico aconteceu aos 17 anos, após a morte do pai, quando viajou para os Estados Unidos para aperfeiçoar o seu inglês durante um ano.
Lagarde voltou a França para terminar uma licenciatura em Direito em Paris e uma pós-graduação em Ciência Política em Aix-en-Provence. Em 1981, regressou aos Estados Unidos, para o escritório internacional de advogados Baker & McKenzie, especializado em direito laboral e em fusões e aquisições. Dezoito anos depois, tornou-se na primeira mulher a ocupar a direção da firma.
Christine Lagarde foi nomeada em 2005 para a pasta do Comércio e, dois anos depois, Nicolas Sarkozy escolheu-a para assumir a tutela da Economia e Finanças. Em 2009, o diário Financial Times considerou-a a melhor ministra das Finanças na Europa.
Nos últimos anos, Lagarde recolheu mais aplausos entre os parceiros internacionais de França ao assumir a liderança de negociações, nomeadamente no seio do G20, de que Paris detém actualmente a presidência.
Lagarde é divorciada e mãe de dois filhos. Um perfil que, na sequência do escândalo envolvendo Dominique Strauss-Kahn, pode ajudar a ministra francesa a colmatar um dos problemas que ela denunciou no momento da crise mundial de há dois anos: o excesso de testosterona na liderança das instituições financeiras internacionais.
A nível interno, poucos questionavam o seu currículo para as aspirações ao FMI. Entre os que não a aplaudem está o jornal electrónico francês Mediapart, que tem divulgado sucessivos casos judiciais que a envolvem, especialmente o referente a um alegado favorecimento do empresário Bernard Tapie.