No espaço de comentário da TSF "A Opinião", Bagão Félix dissertou sobre os princípios que devem orientar uma nova lei de bases na Saúde.
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Bagão Félix considera que a Saúde não pode estar dependente de conjunturas e ciclos eleitorais e que tem de trazer estabilidade tanto para os seus utentes, como para os profissionais. No comentário semanal que faz na TSF, "A Opinião", o economista defendeu, por isso, uma "lei de meios" e a criação de "orçamentos geracionais" - orçamentos plurianuais, que contrariem o subfinanciamento crónico do Sistema Nacional de Saúde (SNS).
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A propósito do recente documento assinado por 44 personalidades de vários campos ideológicos - entre as quais o físico Carlos Fiolhais, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, e o próprio Bagão Félix - em que é proposto um sistema de saúde que articule serviços público, privado e social, o antigo ministro das Finanças afirmou que, atualmente, a compartimentação das respostas na Saúde "conduz à sua iniquidade e ineficiência".
Bagão Félix lamentou que, para os mais pobres, a urgência hospitalar seja hoje o único ponto do sistema integrado dos cuidados de saúde. "Os cidadãos têm de ter primazia sobre o poder da burocracia e da tecnocracia", alegou.
O antigo ministro defende um SNS como base da prestação de cuidados, mas que trabalhe de forma complementar com entidades sociais privadas, para ir "mais além" - uma complementaridade que, sublinha, não pode ser parasitária (como, hoje em dia, o é, em alguns casos).