A defesa do antigo governador do Banco de Portugal é assinada por Miguel Beleza, Teodora Cardozo, Silva Lopes, Artur Santos Silva e Rui Vilar, num texto enviado para o jornal Público.
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A defesa surge depois de Durão Barroso ter revelado que, quando era primeiro-ministro, chamou três vezes Vítor Constâncio para falar sobre o BPN.
Os subscritores do texto defendem que as tentativas de denegrir o bom nome de Vítor Constâncio resultam da incompreensão da natureza da supervisão bancária.
Não se trata de um sistema de investigação de crimes financeiros e, para além disso, seria irrealista presumir que o supervisor pudesse acompanhar em tempo real milhões de operações que cada instante ocorrem no sistema financeiro.
Os antigos responsáveis do Banco de Portugal (BdP) lembram ainda que foi Vítor Constâncio, enquanto governador, quem criou equipas de inspeção permanente no interior dos principais bancos.
Miguel Beleza, Teodora Cardozo, Silva Lopes, Artur Santos Silva e Rui Vilar admitem que quando há suspeitas de fraudes, o BdP tem a obrigação de reunir provas e denunciar os factos à Procuradoria Geral da República (PGR). E dizem os subscritores do texto enviado ao jornal Público que foi precisamente isso que foi feito.
No texto afirma-se ainda que Vítor Constâncio sempre mostrou extrema competência profissional e uma honestidade inatacável.
Em declarações à TSF, um dos subscritores da carta, José Silva Lopes, que foi governador do Banco de Portugal entre 1975 e 1980, diz que não conhecia as declarações de Durão Barroso quando assinou o texto.
Silva Lopes admite que pode ter havido um erro de supervisão no caso BPN mas lembra que aconteceu o mesmo em vários países e considera que os ataques a Vítor Constâncio têm motivações de natureza política.