Os líderes da CGD, Millenium BCP, BPI, Caixa Agrícola e Montepio esperam bom senso dos três principais líderes saídos das últimas legislativas e apelam para consensos para decisões plurianuais que se impõem ao país, sem esquecer a diminuição da carga regulatória sobre a banca
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Para a nova legislatura é urgente que existam consensos e decisões de longo prazo para concretizar medidas que se impõem à competitividade da economia portuguesa, mas os banqueiros sublinham que a questão regulatória da banca deve estar incluída no pacote de futuros consensos plurianuais a alcançar no Parlamento, entre Governo e as principais forças políticas.
Em intervenções na Money Conference, esta segunda-feira em Lisboa, a regulação sobre o setor bancário foi um dos temas abordados.
Licínio Pina, presidente da Caixa Agrícola começou por dizer que o setor é carregado de regulação e fustigado com exigências regulatórias cada vez mais pressionantes e é preciso repensar esta União Europeia, estando otimista quanto aos resultados da nova legislatura e esperando um contributo de Portugal para haver uma diminuição do quadro regulatório sobre a banca.
Já para o CEO do BCP, há muito trabalho a fazer para tornar a economia mais competitiva e, mais do que olhar para resultados da banca, Miguel Maya considera importante que seja revisto o contrato social e que se trabalhe na retenção de talento e espera ainda um menor fardo para a banca a nível regulatório. Considerando que o Millenium BCP traz um fardo às costas de regulação nacional — nomeadamente naquilo que são os contributos para o fundo de resolução nacional, nos próximos 30 a 40 anos —, afirma que esta é uma situação “inaceitável e há que ter a coragem de fazer estas transformações para garantir que todos possamos ser mais produtivos”.
O presidente da CGD defende, contudo, que a regulação trouxe efeitos benéficos, mas o nível de intrusão nacional condiciona a atividade. Confessa, por isso, estar mais preocupado com questões macroeconómicas: Paulo Macedo entende que é preciso intervir na qualificação da população com mais de 35 anos, centrar atenções na questão de governança das instituições e clarificar a nível europeu, qual a definição de prioridades e parcerias internacionais, para depois avaliar impactos na despesa pública.
Defensor da simplificação regulatória, Pedro Leitão, presidente do Montepio, também considera que as prioridades do país passam pelo nível de responsabilidade e responsabilização dos líderes saídos das eleições que representam cerca 80% dos votantes, apelando para que se coloquem de acordo sobre questões plurianuais e que sejam de facto, na realidade, decisões de longo prazo.
*Notícia atualizada às 17h28
