A Mercedes diz que este é o modelo que sintetiza o espírito da marca, é «O» Mercedes. Ao fim de 70 anos e cerca de 13 milhões de unidades vendidas, o Classe E está, sobretudo, mais inteligente.
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O novo E estreia diversas tecnologias, mas onde marca a diferença é nos primeiros passos rumo à condução autónoma, o Santo Graal de quase todas as marcas de automóveis - e da Google - por estes dias.
Os sistemas Drive Pilot e Steering Pilot permitem ao Classe E fazer uma viagem de autoestrada perfeitamente tranquila, quase sem interferência do condutor. O novo E pode seguir o automóvel da frente até aos 210 km/h, não só mantendo a distância para o veículo da frente como seguindo-o mesmo durante curvas ligeiras. E também pode mudar de faixa autonomamente, fazendo uma ultrapassagem em segurança, bastando para isso que o condutor use o pisca; se a faixa mais rápida estiver livre, o E faz tudo sozinho. Outra novidade, o Classe E usa o radar e a câmara para ler a estrada, para saber onde está e manter-se no sítio certo até aos 130 km/h, mesmo em situações de tráfego intenso, ou em estradas sem marcações - útil em zonas de obras, por exemplo. Ora, isto é tudo muito bonito, mas... é proibido por lei em toda a Europa, com exceção da Alemanha. Por outras palavras, legislação europeia ainda não está pronta para o novo Classe E.
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Mesmo com este contra legal, o novo Mercedes oferece uma longa lista de apoios à condução, e os responsáveis da marca alemã dizem que o objetivo passa por aliviar o condutor de stress desnecessário. Vamos a alguns exemplos... Este novo Mercedes entra e sai sozinho do estacionamento, com o condutor fora do carro, de telemóvel na mão a servir de comando à distância - um truque muito útil para alguns parques de estacionamento mais apertados; depois, em andamento, é quase como se seguíssemos viagem com um anjo da guarda permanente. O Classe E mantém-nos na faixa certa, antecipa eventuais travagens de emergência, chegando mesmo a parar completamente o carro em caso de risco de colisão com outro carro (na mesma faixa ou vindo de um cruzamento), ou - e isto é novo - com um peão que atravesse a estrada no sítio errado. Esta Assistente de Travagem Ativo é equipamento de série em toda a gama E, e a Mercedes afirma que tem capacidade para evitar acidentes, ou atropelamentos, até aos 100 km/h, ou minorar os danos a partir dessa velocidade.
Ainda neste capítulo das ajudas à condução, ou melhor, das ajudas em caso de acidente, o novo E tem dois sistemas refinados. Se o carro detetar um choque lateral, insufla instantaneamente as almofadas do banco mais perto da porta, para afastar condutor ou pendura do sítio do impacto. Também em caso de acidente, no momento do impacto, o sistema de som do Classe E emite um som que anula ou tenta contrariar as frequências típicas do ruído causado por um acidente. Porquê? Porque, dizem os estudos, a memória mais traumática e mais duradoura de um acidente rodoviário é a auditiva.
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Mas, chega de tecnologia. O novo Classe E está finalmente integrado nas linhas da família Mercedes, estreadas na Classe S, e tornadas mais populares pelo Classe C. Aliás, o E está mesmo muito semelhante ao irmão maior, não só no exterior, mas sobretudo no interior, onde o desenho do tablier e do painel de instrumentos, com dois grandes ecrãs LED de alta definição, é quase decalcado do Classe S. Os materiais são o que se espera deste segmento, a montagem segue os padrões da Mercedes, e a marca diz que o E tem agora mais espaço para condutor, passageiros e bagagem.
Dito isto, e cumpridos alguns quilómetros ao volante de um E 220 d, com o novo motor de 4 cilindros e 2l - substitui o velhinho bloco 2.2l -, fica nota positiva para o motor, sempre são 195cv (a marca Mercedes anuncia consumo combinado de 3,9l/100km, e 102g/km de emissões de CO2, um valor normal num utilitário), e para o conforto a bordo. O ambiente "à lá Classe S" fica bem ao E, e parece pensado para agradar aos clientes mais tradicionais da marca alemã. Notas sobre o comportamento ficam para outra altura, depois de mais convivência.
O Mercedes Classe E está por estes dias a iniciar carreira comercial em Portugal, sendo que a marca está convencida de que têm à venda aquela que é a nova referência do segmento dos Executivos. Os preços do E começam nos 58.200euro do E 200 a gasolina, por mais 350euro chega-se ao E 220 d, e o E 350 d - V6 de 3l e 258cv - vale 71.350euro.