A Autoridade da Concorrência (AdC) revela que a introdução de painéis comparativos do preço dos combustíveis nas autoestradas provocou uma nivelação com um ligeiro aumento.
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Três anos depois da entrada em funcionamento dos painéis de informação esta é a primeira análise mas com dados que não vão além de Agosto de 2010.
O que para os próprios autores do estudo constitui uma insuficiência importante desta análise, uma vez que não abrange o período em que a tensão dos preços internacionais e a queda muito acentuada da procura de combustíveis rodoviários, em particular nas auto-estradas, alteraram as condições do negócio.
Ao longo de 350 páginas, a Autoridade da Concorrência critica a forma como estão organizados os mercados de venda a retalho de combustíveis em autoestradas porque apresentam importantes condicionalismos à entrada e expansão de outros operadores.
Ou seja, nos concursos para atribuição da exploração de áreas de serviço em autoestradas só podem concorrer empresas petrolíferas. O que deixa de fora operadores independentes e cadeias de supermercados.
Galp, Repsol, BP e Cepsa dominam o mercado de combustíveis nos 128 postos das 22 autoestradas de Portugal. Por isso, o relatório conclui que uma maior diversidade de preços só deverá ser possível se forem adotadas medidas estruturais ou regulamentares que contribuam para um novo equilíbrio entre postos de abastecimentos em autoestradas.
O estudo reconhece que a informação dos painéis não tem grande variação porque só apresenta os dados dos três operadores mais próximos, mas revela que quando se analisa o diferencial de preços de venda ao público, a diferença entre o preço máximo o mínimo pode variar entre 5 e 6 cêntimos por litro de Norte a Sul do país.
Por outro lado no primeiro ano da entrada em funcionamento dos painéis não houve reduções no nível médio de preços.
A introdução dos painéis também não contribuiu para aumentar a velocidade de reação dos operadores aos preços dos concorrentes, pelo contrário houve uma maior uniformização de preços.