Combustíveis mais baratos em Espanha: "Desde que tirei a carta nunca abasteci em Portugal"

Os preços dos combustíveis em Espanha tem escalado desde a época de Natal, mas ainda assim a vantagem em relação aos valores praticados em Portugal, continua por estes dias a atingir entre 20 a 30 cêntimos por litro, dependendo das zonas. E, por isso, os portugueses fazem fila para abastecer em postos de abastecimento espanhóis, como os de Tui, que faz fronteira com Valença. 

“Vem sempre muitos portugueses, porque há sempre uma diferença de preço bastante grande em Espanha e Portugal. Sabemos que vai haver uma subida grande de preço lá [a partir desta segunda-feira], mas para eles já é normal que esteja alto e vir aqui”, conta uma das funcionárias de um dos postos de abastecimento mais baratos de Tui, onde este domingo, véspera de aumento dos combustíveis em Portugal, faziam fila automóveis de matrícula portuguesa.

Naquela localidade, do lado de lá do rio Minho, existem perto de 20 postos de abastecimento de combustíveis num raio de cerca de 12 quilómetros. Atualmente, há mais um em construção, na zona comercial, nas imediações do Parque Empresarial Area, onde estão concentrados quatro postos, quase porta com porta. E onde há cada vez mais portugueses a abastecer. 

“Vimos sempre cá. Vimos fazer outras coisas e abastecemos gasóleo também. É muito mais barato. E aqui já está mais caro porque há uma semana e meia, duas semanas, o gasóleo estava a 1,39 euros”, conta Elisa Dias, que andou 12 quilómetros de Vila Nova de Cerveira a Tui, para abastecer num posto onde o diesel está a ser vendido a 1,42 euros por litro e a gasolina a 1,49 euros. 

“Vim de propósito de Paredes de Coura, que fica a 25 quilómetros mais ou menos. Vim atestar por causa da subida dos combustíveis em Portugal, mas venho sempre. Como é aqui pertinho, aproveito também para fazer compras”, disse Manuela Dias.  

Para Joana Castro de Monção, atravessar a fronteira para abastecer é um hábito enraizado. “Gosto de vir a Tui, porque é muito mais barato. Venho sempre, desde que tirei a carta. Nunca abasteci em Portugal”, refere. 

Eduardo Morgado, de Viana do Castelo, aproveita para atestar o depósito e ainda encher um bidão para levar, quando visita a filha que vive perto da fronteira. “Em Portugal vai subir cinco cêntimos e meio, compensa muito vir aqui. Trabalho numa empresa há três anos, ando muito de carro, e quase nunca abasteço lá. Cá a diferença chega a ser 30 cêntimos, dependendo das zonas”, comenta, numa altura em que naquele posto de abastecimento, localizado na subida para o Parque de Empresarial Area, ao lado de outro, todas as bombas estavam ocupadas com carros de matrícula portuguesa.