É o grande salto em frente à procura da maioria das ações da EDP.
Corpo do artigo
O gigante chinês da eletricidade que já tem uma história com 25 anos e que nasceu com a construção da Barragem das Três Gargantas, no rio Yangtzé, já está presente em 40 países em 4 continentes.
Quando chegaram a Portugal, há seis anos, disseram que queriam, "cooperar com a empresa portuguesa, que as duas empresas eram semelhantes e podiam em conjunto entrar nos mercados internacionais", estas foram as palavras do então presidente da China Three Gorges (CTG), Cao Guangjing, quando o Estado português vendeu a participação na EDP.
Agora a CTG detém 23,27% da EDP. Além da CTG as principais instituições dentro da estrutura acionista da elétrica são:
- Capital Group 12%
- Oppidum 7,19%
- Black Rock 5%
- CNIC 4,98%
- Mubadala 4,06%
- BCP 2,44%
- Sonatrach 2,38%
- Qatar IA 2,27%
- Norges Bank 2,75%
A estrutura acionista da EDP está distribuída por Portugal (11%), Espanha (10%), Europa (34%) Estados Unidos da América (15%) e resto do mundo - incluindo a China - (30%). Sendo que 92% do total das ações estão na posse de investidores institucionais e apenas 8% pertence a particulares.
Há quatros anos os dirigentes da empresa chinesa foram afastados pelo Partido Comunista por alegadas suspeitas de corrupção. Os administradores já mudaram mas as diretivas centrais mantêm-se e a EDP além da participação da China Three Gorges como acionista também é parceira da elétrica portuguesa para a construção e exploração de barragens em várias geografias, através da empresa Hydro Global.
Numa recente entrevista à TSF, no dia 12 de abril, o presidente da EDP, António Mexia, destacava as vantagens deste entendimento com os chineses para a construção de barragens.
"A China Three Gorges é a maior companhia hídrica do mundo, juntámos capacidades com escalas diferentes; nós em hídricas muito mais pequenas e eles em grandes hídricas, mas no caso do Brasil temos 3 projetos em conjunto, estamos agora no Peru, estamos a estudar também a entrada no mercado colombiano com a energia hídrica. Portanto, a parceria com a CTG tem sido importante para dar escala a esta nossa ambição na hídrica", sustenta António Mexia.
A EDP, através da EDP Renováveis é o quarto maior produtor de energia eólica na América do Norte e por isso esta OPA tem que ser aprovada pela Comissão de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos, uma agência tutelada pelo estratega das sanções comerciais dos Estados Unidos à China. Mas, ainda sem a OPA no mapa o Presidente da EDP tinha uma perspetiva sobre a chamada guerra comercial.
"Existe a noção generalizada de que a guerra comercial não interessa a ninguém e que só tem custos para todos e por isso eu espero que o bom senso venha a imperar. Tudo isto tem muito a ver com narrativas, com intervenções políticas. Mas, até agora não sentimos nenhuma alteração. Nós temos hoje uma visibilidade sobre o nosso desenvolvimento nos Estados Unidos como sendo o nosso principal motor de crescimento, melhor do que tínhamos há três meses e melhor do que tínhamos há seis meses", explica António Mexia.
TSF\audio\2018\05\noticias\14\jm
Na América do Norte a EDP tem uma potência instalada de 5,5 Giga Watts (GW), um pequeno fio de luz se compararmos com os 22 GW de capacidade só da Barragem das Três gargantas, uma barragem com trinta e duas turbinas que é a ponta de lança da China Three Gorges, uma das empresas estrela do Comunismo SGPS.