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A Confederação do Comércio de Portugal defende uma «reflexão» sobre esta lei, ao passo que os comerciantes do Porto defendem ser essencial a manutenção desta legislação.
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O presidente da Confederação do Comércio de Portugal entende que a lei que prevê dois meses de saldos por ano merece uma «reflexão» numa altura em que se entrou «numa situação de quase desespero e de sobrevivência em muitos sectores».
«Tem sentido reflectir sobre isso, mas neste momento isso é uma situação que exige ser discutido com comerciantes, com empresas comerciais pequenas, grandes e médias de modo a tentar encontrar uma solução para o futuro», defendeu João Vieira Lopes, em declarações à TSF.
Também ouvido pela TSF, o presidente da Associação de Comerciantes do Porto mostrou ter opinião diferente, ao frisar que a época de saldos faz todo o sentido, ainda que reconheça existir alguma desregulamentação.
«Se não existisse esta situação dos saldos iria ocorrer uma desregulamentação por completo. Já vimos a defender há algum tempo que esta lei tem de ser revista de forma a criar regras e defendemos mesmo que as promoções não deviam ultrapassar nunca os 30 por cento do valor de venda», explicou Nuno Camilo.
Caso contrário, lembra o presidente desta associação, «cria-se uma inversão relativamente à questão dos saldos», pois «chega-se ao início de Dezembro deste ano e já tínhamos promoções com 40 e 50 por cento, o que não é muito normal».
Nuno Camilo, que defende uma maior fiscalização na época de saldos, garante ainda que é uma ideia errada a de os «comerciantes ainda estarem a vender com uma grande margem e uma receita considerável».
«O que acontece hoje é que o comércio tem esta época de saldos como uma tábua de salvação para conseguirem quase trocos», uma vez que «é preferível escoar o produto por um valor muito residual do que ficar com ele em stock e não conseguir vendê-lo».