Os líderes das confederações patronais elogiaram hoje a "seriedade da alternativa" constante no cenário macroeconómico dos socialistas, mas manifestaram apreensão em matérias como os contratos a prazo e o congelamento da descida do IRC.
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À saída da reunião com António Costa, as confederações patronais manifestaram-se globalmente satisfeitas com o cenário macroeconómico apresentado pelos socialistas e salientaram a importância do documento. Mas, CIP, CTP e CAP não deixaram de fazer alguns reparos às medidas incluídas no trabalho realizado por um grupo de economistas e que vai servir de base ao programa eleitoral dos socialistas.
Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, considera «extraordinariamente importante» que o documento seja apresentado a cerca de 6 meses das eleições, mas critica ausência de um capítulo dedicado ao turismo e a marcha-atrás do PS na descida do IRC, anteriormente acordada com a maioria pelo ex-secretário-geral António José Seguro.
Numa análise ao documento, João Machado disse que a Confederação da Agricultura se confrontou "com soluções muito interessantes e outras em relação às quais têm reservas", embora tenha sido garantido pelo PS que todas as soluções serão discutidas em concertação social no futuro.
João Machado sublinhou ainda a «valia política elevada» do documento, mas também as «reservas» dos agricultores em relação a medidas como o congelamento da descida do IRC que, defende, é prejudicial à previsibilidade fiscal.
João Machado admite, no entanto, que até pode haver uma «boa razão» por detrás da proposta, já que pretende fazer face à descida da TSU para trabalhadores e empregadores, beneficiando sobretudo as pequenas e médias empresas.