A evolução do indicador de confiança dos consumidores em Portugal deve-se ao "contributo positivo das perspetivas de evolução do desemprego e ao contributo negativo das restantes componentes".
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O indicador de confiança dos consumidores estabilizou em março, depois de duas subidas consecutivas, e o clima económico subiu quer em fevereiro quer em março, após ter caído nos cinco meses anteriores, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo INE.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a evolução do indicador de confiança dos consumidores em Portugal (calculado através de inquéritos a particulares) deve-se ao "contributo positivo das perspetivas de evolução do desemprego e ao contributo negativo das restantes componentes, saldo das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da poupança".
O indicador de confiança dos consumidores estabilizou em março, mantendo-se nos -11,3 pontos.
O indicador de clima económico (calculado através de inquéritos a empresas de vários setores de atividade), por sua vez, subiu em fevereiro e março para os 0,7 pontos e os 1,0 pontos, respetivamente (0,6 pontos observados em janeiro).
"Os indicadores de confiança aumentaram na Construção e Obras Públicas, no Comércio e nos Serviços, tendo diminuído na Indústria Transformadora", detalha o INE.
O indicador de confiança da Indústria Transformadora caiu em março, após ter estabilizado em fevereiro, "refletindo o contributo negativo de todas as componentes, apreciações sobre os 'stocks' de produtos acabados, perspetivas de produção e opiniões sobre a procura global".
Pelo contrário, o indicador de confiança da Construção e Obras Públicas aumentou nos últimos dois meses, depois das quedas registadas em novembro e janeiro, "verificando-se uma evolução positiva de ambas as componentes, perspetivas de emprego e opiniões sobre a carteira de encomendas".
O indicador de confiança do Comércio aumentou em fevereiro e março, sendo que no último mês verificou-se "um contributo positivo" de todas as componentes, expectativas de atividade, opiniões sobre o volume de 'stocks' e sobre o volume de vendas, assim como o indicador de confiança dos Serviços, que também subiu nos últimos dois meses, depois de quedas entre outubro e janeiro.
Este indicador apresentou em março uma evolução positiva das opiniões e perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas e das apreciações sobre a atividade da empresa.
Os indicadores de confiança do INE são calculados através de médias móveis de três meses dos saldos de respostas extremas a inquéritos. Um número negativo significa que houve mais respostas pessimistas do que otimistas.
A Comissão Europeia também divulgou hoje dados sobre o sentimento económico e o clima de negócios.
Na zona euro, de acordo com a Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros, o sentimento económico caiu 0,9 pontos para os 103,0. Já no conjunto dos 28 Estados-membros da UE, o indicador recuou 0,7 pontos para os 104,6.
Em Portugal, o indicador aumentou de 103,6 pontos em fevereiro para 104,1 em março.
Por sua vez, o indicador que mede o clima de negócios subiu ligeiramente, 0,02 pontos em março para os 0,11, face a fevereiro.
A Comissão Europeia não divulga valores dos Estados-membros para este indicador e assinala que estes dados e os relativos ao sentimento económico foram recolhidos antes dos atentados terroristas de 22 de março, no aeroporto e na estação de metro de Maelbeeck, em Bruxelas.
O INE e a Comissão Europeia usam metodologias diferentes para calcular os seus indicadores.