Conflito Israel-Irão faz subir preço do petróleo. Associação defende intervenção do Governo na carga fiscal dos combustíveis
Em declarações à TSF, António Comprido acredita que os preços dos combustíveis vão continuar a aumentar devido à guerra no Médio Oriente e recorda que a redução da carga fiscal já foi uma opção no passado
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A guerra entre Israel e o Irão já fez aumentar o preço do barril de brent nos mercados internacionais, pelo que, em breve, vai sentir-se o efeito em Portugal no preço dos combustíveis. Em declarações à TSF, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) defende que uma escalada no preço do petróleo que faça aumentar os custos da gasolina e do gasóleo deve levar a uma intervenção do Governo. António Comprido sublinha que reduzir a carga fiscal deverá ser uma opção, tal como aconteceu no passado.
"Se nós olharmos para a composição do preço da gasolina e do gasóleo, só há um parâmetro onde os Estados têm capacidade para mexer, que é a carga fiscal. Não há mais nenhum", explica à TSF o secretário-geral da Apetro, António Comprido, que acredita que os preços dos combustíveis vão continuar a aumentar devido à guerra no Médio Oriente.
António Comprido refere que, uma vez que os valores-base são estabelecidos pelo mercado, só o Governo pode intervir para que abastecer o carro não custe tanto à carteira dos portugueses. O secretário-geral da Apetro alerta ainda que se pode esperar um aumento dos preços do gasóleo e da gasolina em Portugal, uma vez que o setor segue os mercados internacionais.
"Os preços são formados internacionalmente. Se o preço vai continuar a agravar, vai continuar a agravar. As outras componentes correspondem basicamente a custos fixos que vão desde a refinação do petróleo, à distribuição dos produtos refinados até chegar ao tanque do carro ou do camião. Só há uma fatia que, por acaso, é muito significativa, representa 50% do preço ou um pouco mais, que é a carga fiscal”, esclarece.
António Comprido lembra que esta é uma medida que já foi tomada no passado. “Em Portugal, foi mexido foi o valor do imposto sobre os produtos petrolíferos”, recorda.
