Confuso com a nova aplicação dos recibos verdes? Há campos que podem deixar de ser preenchidos
A alteração da aplicação surgiu no início da semana passada e surpreendeu todos
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Quem passa recibos verdes deparou-se na última semana com mudanças. A Autoridade Tributária (AT) quis tornar essa aplicação mais aberta a outro tipo de serviços e bens, mas há muitas pessoas com dificuldades em perceber como funciona.
A Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) conta que tem recebido queixas e dúvidas por parte dos seus clientes e a bastonária considera que o problema surgiu "por não ter havido qualquer antecipação, explicação ou formação aos contribuintes". Em declarações à TSF, Paula Franco adianta que começaram a aparecer no site opções que não apareciam anteriormente e admite que essa circunstância "deixou muitos contribuintes com dúvidas e sem saberem emitir os recibos verdes".
" A Ordem tem tentado ajudar todos naquilo que consegue explicar e a AT já divulgou um passo-a-passo para ajudar os contribuintes", adianta.
A bastonária da OCC explica que há muitas opções que aparecem neste novo portal, mas que não têm necessariamente de ser preenchidas pelos contribuintes. "Nomeadamente a criação do cliente ou dos produtos e serviços que estão a ser vendidos", sublinha. No entanto, há outros campos de preenchimento obrigatório, como a data da transação, o adquirente (a quem se presta o serviço), no campo do serviço tem também de preencher a referência, a quantidade e o valor e mais à frente o valor do IVA (ou o motivo da isenção). Após tudo isso estará concluído o preenchimento do recibo verde.
Embora nesta altura esta situação pareça confusa para os contribuintes, Paula Campos acredita que em breve as mudanças serão interiorizadas por todos.
Em declarações à TSF, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos explica que a informação oficial do Governo sobre as alterações aos recibos verdes só chegou a alguns serviços da AT e sem aviso prévio. Gonçalo Rodrigues esclarece que a informação está agora a ser passada entre os trabalhadores, mas avisa que ainda não recebeu nenhuma reação do Governo a este sucedido. "Anda a circular agora [a informação], porque os colegas tiraram fotografias ao manual e estão a partilhá-las entre si, mas não foi dada nenhuma informação", garante.
O líder sindicalista considera que esta falha na comunicação revela "desrespeito" da parte do Governo para com os trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). "Nós somos o rosto do Governo, e para quem presta um serviço público junto das populações, não há nada pior que não ter a informação correta", adianta.
