Conselho das Finanças Públicas mais otimista em relação ao défice do que Centeno
Entidade liderada por Teodora Cardoso estima défice de 0,5% em 2018, abaixo da previsão oficial do executivo, que aponta para 0,7%. Mas avisa: excedente chega um ano mais tarde do que o Governo pensa.
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O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu em alta as perspetivas para as contas públicas e aponta agora para um défice de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano. A última estimativa, igual à previsão oficial do Governo, era de 0,7% - o executivo deu entretanto sinais de que o saldo negativo poderia afinal ser inferior.
A revisão deve-se sobretudo ao facto de, já depois da ultima estimativa, o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter calculado as contas definitivas de 2017, diferentes, para melhor, das primeiras projeções.
Para 2019, o conselho calcula um défice de 0,2% do PIB, em linha com o previsto no Programa de Estabilidade.
Daí para a frente há diferenças mais significativas: os peritos estimam que o país só terá excedente orçamental em 2021, um ano mais tarde do que as previsões do Governo.
A entidade liderada por Teodora Cardoso sublinha, numa atualização da análise às Finanças Públicas, que estas são projeções num cenário de políticas invariantes, ou seja, que nos cálculos assume que não haverá novas medidas que possam afetar receitas e despesas.
O Conselho mantém a perspetiva de abrandamento da economia, calculando um crescimento de 2,2% neste ano, 2% em 2019, 1,7% em 2020 e 2021 e 1,6% em 2022, mas sublinha que há uma alteração na composição desse aumento, que vai ser mais apoiado no consumo e menos pelo investimento e pelas exportações.
Quanto ao rácio da dívida pública, os especialistas continuam a esperar uma continuação da trajetória descendente: no final de 2017 era cerca de 126% do PIB, e em 2022 deve cair para 106%.