Na atualização das “Perspetivas Económicas e Orçamentais”, o Conselho das Finanças Públicas aponta para um crescimento de 2,2% em 2025
Corpo do artigo
O Conselho das Finanças Públicas (CFP), liderado por Nazaré da Costa Cabral, adianta que a economia portuguesa regista uma descida de 0,2 pontos percentuais em comparação com os dados publicados há sete meses.
“O CFP projeta um crescimento de 2,2% da economia portuguesa em 2025, acima dos 1,9% verificados em 2024, mas ainda assim menos 0,2 p.p. em face do projetado para 2025 no relatório publicado em setembro”, lê-se no relatório publicado esta quinta-feira.
O relatório avisa que “a presente projeção encerra riscos macroeconómicos e orçamentais descendentes, nomeadamente o ressurgimento do protecionismo e o aumento das barreiras alfandegárias; a persistência de múltiplos conflitos armados ativos; a volatilidade nos mercados financeiros e a possibilidade de as taxas de juro se manterem elevadas por um período mais longo; e a ocorrência de eventos climáticos extremos, cuja frequência é crescente”.
Ou seja, as taxas alfandegárias da Administração Trump não estão refletidas neste documento, mas “Portugal é um dos Estados-membros com menor nível de exposição à economia norte-americana, com 21,2% do PIB direta e indiretamente exposto à procura final nos EUA. Ainda assim, em termos brutos, os EUA são o quarto maior parceiro comercial nas exportações de bens e o quinto no caso dos serviços”.
Assim, sem fazer contas ao cenário internacional desfavorável, o CFP assume que vai haver um “aumento da taxa de investimento, impulsionada sobretudo pelo reforço do investimento público, alicerçado na expetativa de uma maior taxa de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em face do ano precedente”, sublinha.
“Para 2026 e 2027 projeta-se um abrandamento no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real para 2,0% e 1,6%, respetivamente”, alerta.
No mercado de trabalho, “a taxa de desemprego deverá manter um perfil descendente ao longo do horizonte de projeção, diminuindo de 6,5% da população ativa em 2025 até 6,0% no médio prazo”.
Quanto à inflação, “o CFP projeta uma redução gradual no crescimento do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), de 2,3% em 2025 para 2,0% no médio prazo”, destaca o relatório.
Já sobre a dívida pública, o rácio deve diminuir até 2029, “atingindo 85,4% do PIB nesse ano”, conclui o CFP.