Com o desemprego em níveis nunca antes vistos na construção civil, empresas e sindicatos mostraram-se unidos e com propostas para salvar o setor.
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A união entre patrões e trabalhadores da construção civil resulta dos números negros do setor. Reis Campos, a Associação de Industriais da construção civil fala em «29 empresas e 430 postos de trabalho que se perdem por dia». O presidente da associação dos industriais garante estarmos a assistir à destruição do setor.
«Não podemos continuar a perder este número de empregos" afirmou Reis Campos explicando que no ano passado, o setor perdeu 8.500 postos de trabalho e, este ano, deverá perder «mais 13.000», destacando-se como «o mais penalizado do país» pela crise.
Quem corrobora estes números negros é Albano Ribeiro, dirigente do Sindicato da Construção de Portugal. O Sindicato anuncia também de que vai levar a cabo «uma grande manifestação» frente ao Ministério da Economia. A data é que ainda não está fechada, o mais provável é que ocorra no dia da greve geral a convocar pela CGTP, em protesto pela situação «de emergência» que o setor vive em Portugal.
Numa demonstração de união trabalhadores e patrões, deram uma conferência de imprensa em conjunto. O encerramento de empresas e o desemprego no setor deram o mote para o encontro, há acordo quanto à situação de emergência que vive a construção portuguesa e há também fumo branco quanto a medidas para ultrapassar os problemas. O "patrão" Reis Campos que o «imediato pagamento das dívidas do Estado» ao setor e ainda a dinamização da reabilitação urbana e do mercado do arrendamento.
Também urgente, para Reis Campos, é uma estratégia para o setor. Diz o dirigente da associação de Construtores que «não é possível que o Estado cresça sem o setor» recordando que «a Europa, há dois meses, aprovou uma agenda de estratégia para o setor até 2020», mas «em Portugal nada se discute para 2012, nem para 2013, muito menos para 2020».
Pedem patrões e pede o sindicato dos trabalhadores da construção civil «um plano de emergência para este setor».