A empresa de construção e obras públicas Opway anunciou, esta sexta-feira, que vai dispensar dos quadros cerca de 200 trabalhadores, devido à crise no sector.
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Em comunicado enviado à TSF, a empresa «lamenta esta medida» mas frisa que se trata de uma «decisão necessária para manter a sua viabilidade».
«A OPWAY está a desenvolver um processo de ajustamento da actividade, que visa prepará-la para enfrentar da melhor forma» as circunstâncias actuais, lê-se no documento.
«A contracção do investimento público e privado em infra-estruturas, os constrangimentos no financiamento da economia e os atrasos nos prazos de recebimento levaram, nos últimos anos, a um agravamento da situação financeira das empresas que actuam no sector da construção em Portugal, levando-as a procederem às necessárias adaptações as novas circunstâncias», justifica.
«O despedimento de colaboradores efectuados na Opway procura ajustar os recursos ao volume de actividade da empresa e à modernização do seu funcionamento», afirma Almerindo Marques, presidente do conselho de administração da Opway, citado no comunicado.
Antes de divulgado este comunicado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, disse, em declarações à TSF, que há sugestões para contornar o agravamento da crise no sector.
«Há milhares de estradas secundárias que precisam de ser requalificadas», e que «criariam 30 mil postos de trabalho», e freguesias ainda sem «um metro de saneamento básico», uma situação que podia ser resolvida com 20 mil trabalhadores, exemplificou.
O sindicalista falou ainda na «requalificação das pequenas, médias e grandes cidades», o que exigiria 70 mil pessoas.
No total, seria possível criar «120 mil postos de trabalho», somou, considerando estas propostas «perfeitamente suportáveis» a nível económico, ao contrário de grandes obras como o TGV, a terceira travessia sobre o Tejo e o novo aeroporto de Lisboa.