Os fabricantes automóveis aguardam com expetativa a negociação de um novo pacote de incentivos da União Europeia para a transição energética
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Neste ano de 2025 é expectável ainda no 1.º semestre, a entrada em vigor de sanções pesadas, para quem ultrapassar os limites de CO₂ na produção por unidade, ontem Ursula Von der Leien foi a Davos, dizer que Bruxelas prepara um novo pacote de ajuda aos produtores europeus de veículos, o que está a alimentar o otimismo do sector, disse em declarações à TSF, Helder Pedro, secretário-geral da ACAP.
Esta associação automóvel de Portugal que já tem mais de 1 século de existência, representa cerca de 35 mil empresas, com um volume de negócios de 23,7 mil milhões de euros e considera que em Portugal ainda é necessário que o governo mantenha os incentivos à compra de veículos elétricos, “uma vez que o sector não tem capacidade para o fazer” adiantou ainda Helder Pedro.
A importação e venda de veículos usados que continua a crescer de ano para ano e este responsável da ACAP considera que este é o maior desafio do sector em Portugal, por representar uma “concorrência desleal, uma vez que estes veículos não pagam o Ecovalor (imposto aplicado sobre produtos que contribuem para a poluição ambiental)”, além de contribuírem para o envelhecimento do parque automóvel português, dominado por veículos com mais de 20 anos e agora com cerca de 1,5 milhões de veículos a circular.
No balanço de 2024 apresentado esta semana com base em dados do INE, a ACAP indica uma subida das vendas superior a 5% e numa subida na produção na ordem dos 4,5%, ou seja, “2024 foi o segundo melhor resultado da década com 332 mil 546 unidades, mas agora a meta em 2025 é chegar aos níveis do sector pré-pandemia quando em 2019 produziu mais de 345 mil unidades", acrescentou também Helder Pedro.
O sector contribuiu com 42,6 mil milhões de euros para a economia nacional, representando 7,7% da faturação da totalidade das empresas em Portugal e receitas fiscais na ordem dos 10,9 mil milhões de euros, o que equivale a 17,8% da receita fiscal total do país. Destes 10,9 mil milhões de euros, 44% correspondem a receita direta dos combustíveis por via de impostos como o ISP (27%) e o IVA (17%).
O setor automóvel português representa cerca de 2,3% do total de empresas existentes no país e é responsável por 167 mil postos de trabalho, o que significa que 3,5% dos empregos gerados pela economia portuguesa está alocada ao setor automóvel e é uma força de trabalho cujo impacto no produto interno bruto (PIB) totaliza 6,1 mil milhões de euros (4,1% do PIB nacional).
A Europa continua a representar 87,6% do total de exportações do sector, que já contribui com um peso de 12,6% e um valor de 9,8 mil milhões de euros, no total de vendas ao exterior,
Quanto a mercados, no final do ano passado, África absorvia uma quota de exportação automóvel nacional na ordem dos 5,8% seguida da Ásia com 3,4%, Oceânia com 2,3% e América do Norte com 0,9%.
Entre os cinco principais fabricantes automóveis em Portugal, a Volkswagen com a Autoeuropa em Palmela é responsável por 71% da produção, seguida da Stellantis em Mangualde com 26% de quota e só depois aparece a Caetano Bus e a Toyota Caetano Portugal.
