
Posto de venda de combustíveis após entrada de combustíveis low cost
Fábio Poço/Global Imagens
Contas são da entidade que regula o sector: os preços das bombas de marca estão hoje mais próximos dos que existem nos supermercados. As empresas petrolíferas recusam que clientes estejam a poupar dinheiro.
Há seis meses que todos os postos de abastecimento são obrigados a vender combustíveis sem aditivos, simples. A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) faz um balanço muito positivo apontando como resultados "uma concorrência mais agressiva, mais transparência" e preços 2 a 3 cêntimos mais baixos.
À TSF, o presidente, Paulo Carmona, explica que com as oscilações no preço do petróleo as contas não são fáceis, mas é possível chegar a esse valor se virmos que existiu uma descida na diferença entre os preços das marcas e dos supermercados, bem como na margem do preço de referência, quando é importado para Portugal, face ao preço final de venda ao consumidor. Globalmente, por ano, a poupança para os condutores rondará os 200 milhões de euros.
A ENMC acredita que outra consequência da nova lei é que os supermercados voltaram a ganhar quota de mercado. Paulo Carmona explica que "ajudado pela legislação, a perceção do consumidor é que os combustíveis são iguais em todo o lado pelo que a variável preço será o mais importante factor de escolha, levando os clientes a procurarem os supermercados e obrigando os postos de marca a descerem os preços.
Petrolíferas recusam ideia de poupança
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) tem muitas dúvidas sobre as contas da ENMC. Também em declarações à TSF, António Comprido diz que não é possível fazer estes cálculos porque "poupar é sempre relativo: posso poupar agora em algo e pagar depois mais tarde, para além do que acontece ao consumo de combustível...".
O secretário-geral da APETRO acrescenta que não sabe como é que se pode comparar o preço de um produto com outro que deixou de existir, ou seja, os combustíveis que se vendiam nos postos de marca e que desapareceram com a nova lei.
António Comprido repete ainda as criticas à obrigatoriedade de vender combustíveis simples e diz que os consumidores perderam variedade e oferta de qualidade na hora de encher o depósito.
Seis meses depois da nova lei, a APETRO continua à espera de uma decisão dos tribunais relativa a uma queixa onde acusam o Estado português de interferir num mercado liberalizado, sem beneficio visível para os consumidores.