
Porto de Lisboa
Reuters
Não acontecia desde 2010. O dado foi apurado pelo Conselho das Finanças Públicas, na análise à evolução económica e orçamental até outubro do ano passado, onde nota um crescimento da procura interna e um abrandamento das exportações.
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Houve crescimento sustentado entre outubro de 2013 e outubro de 2014, mas sustentado sobretudo na recuperação do consumo interno.
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) afirma que a procura interna cresceu muito acima das estimativas do governo, com um contributo 2,1 pontos percentuais nos primeiros 9 meses do ano passado, enquanto a procura externa líquida, as exportações, teve um contributo negativo para a economia com menos um ponto percentual.
Com base nestes e noutros dados, o Conselho das Finanças Públicas estima que o crescimento do PIB em 2014 deverá ficar algures entre 0,9 ou 1 por cento, ou seja, em linha ou ligeiramente abaixo da meta definida pelo Ministério das Finanças.
Quanto ao défice, este relatório vem confirmar estimativas positivas. O CFP afirma que, com base na informação disponível até novembro sobre o comportamento da despesa pública, despesa com juros, e receita fiscal, o défice das contas do Estado deverá ficar em linha com a própria estimativa do CFP, de 3,8 por cento, isto de o PIB nominal crescer 1,7 por cento.
Até setembro, o encaixe com impostos diretos, sobretudo o IRS, explicou mais de um terço do aumento da receita fiscal.
No que toca à dívida, o CFP avisa que o rácio da dívida pública, na ótica de Maastricht, subiu para 131,4 por cento do PIB no final do 3º trimestre, um aumento de 1,9 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
O valor está longe da meta definida pelo Ministério das Finanças para o final de 2014, de 127,2 por cento, e o CFP diz que é preciso uma redução de 5,1 mil milhões no stock da dívida para que seja atingido esse objetivo. Uma meta difícil de atingir.