Conselho das Finanças Públicas (CFP) sublinha que excedente da Segurança Social no primeiro semestre é quase o dobro do objetivo de todo o ano. Há mais receitas à boleia do mercado de trabalho.
Corpo do artigo
"A Segurança Social obteve um excedente de 1.765 milhões de euros no primeiro semestre, praticamente o dobro do orçamentado para o conjunto do ano (de 902 milhões de euros)", destaca o Conselho das Finanças Públicas na análise que fez às contas da Segurança Social no primeiro semestre.
A entidade liderada por Teodora Cardoso sublinha que "em 2018, a situação financeira da Segurança Social não beneficiou de qualquer transferência extraordinária do OE, ao contrário do verificado entre 2012 e 2017".
A receita da Segurança Social aumentou 2,2% de janeiro a junho - cerca de 277 milhões de euros -, mais do que o crescimento de 1,7% previsto pelo governo para o final do ano. Valores que não têm em conta as transferências de fundos europeus.
O CFP justifica este aumento com o bom comportamento das contribuições e quotizações, que subiram 6,8%, acima do esperado no Orçamento para a Segurança Social.
Do lado da despesa, há um aumento de 0,9%, bem abaixo do objetivo para o final do ano (6,8%), com uma redução das prestações de desemprego de 6,7%. O CFP destaca a importância da evolução do mercado de trabalho para este aumento.
Há ainda uma redução dos encargos com pensões (-1%), mas neste caso influenciado pelas alterações no subsídio de Natal, que no ano passado foi parcialmente pago em duodécimos, e pela redução de 61 mil pensões, sobretudo de invalidez.
No caso da Caixa Geral de Aposentações, havia no primeiro semestre um excedente orçamental de 78 milhões de euros. O governo prevê um défice no final do ano de 42 milhões de euros, mas só será possível comparar com o objetivo no final do ano, por causa das alterações ao subsídio de Natal.