Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, o investigador Pedro Pita Barros acredita que a falta de preparação dos Governos no pós-resgate está na origem da atual onda de protestos no setor da Saúde.
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O estado de convulsão em que o Serviço Nacional de Saúde se encontra explica-se por "falta de preparação", de acordo com o economista Pedro Pita Barros, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo.
"Parte desta convulsão tem uma força motriz muito clara, que são as ordens profissionais, os sindicatos... e que está ainda associada ao momento de saída da troika, com a reposição de salários, de horas de trabalho, etc., e foi-se criando uma onda de reivindicações", afirma o investigador.
Pita Barros entende que seria "relativamente claro em 2014, quando se fechou o programa de assistência, que a reposição do que tinha sido cortado ia criar estas fricções".
"Tendo em conta este cenário e num exercício que deveria ter sido sobretudo de acautelamento, o Governo deveria ter decidido em que ritmo e com que grupos se avançaria primeiro, qual era o plano. E esse plano nunca foi muito claro", entende Pita Barros.
"A partir do momento em que se diz que terminou o programa e os cortes, que eram temporários, vão deixar de existir, é preciso ter uma ideia de prazos, de prioridades".
A falta de esclarecimentos em relação à forma e aos timings de negociação com cada uma das classes profissionais terá criado a ideia de que "se uns estão a ter reposições, a forma de os outros também terem é contestarem, porque não está calendarizado como vai ser".
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O problema, para o economista, começa ainda em 2014, quando o governo PSD/CDS sai do resgate da troika, mas não teve resolução nos anos seguintes, já com o governo do PS.
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Atualizado às 10:09.