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GreenColab, na área das algas marinhas e CEIIA na área aeroespacial, desenvolvem projetos considerados sustentáveis pela ONU e foram convidados a ir a Belém, mostrar o que fazem, aos líderes da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas.
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O CEIIA começou com um projeto piloto no estado da Rondónia e já captou nova parceria com o Estado do Pará, enquanto que o GeenColab está a arrancar com as primeiras experiências com algas marinhas, junto das comunidades ribeirinhas da baia de Guajará.
O CEIA, centro de engenharia e desenvolvimento de produto, com sede em Matosinhos está envolvido num consórcio internacional para a proteção do Bioma Amazónico e tem em desenvolvimento um primeiro projeto no estado da Rondónia, para com ajuda de tecnologia aeroespacial, robótica e Inteligencia Artificial, desenvolver um método sustentável de monitorizar créditos de carbono.
As Nações Unidas consideraram o projeto inovador, convidaram os investigadores portugueses a apresentar o projeto na cimeira e acabam de ganhar mais uma parceria, desta vez com o próprio estado do Pará.
No imediato, será constituído um grupo com as orientações do grupo de trabalho já no terreno, para definirem, até janeiro de 2026, um projeto focado na recolha de dados sobre ocupação de solos e análise de potencial de sequestro de carbono, envolvendo a fusão de dados geoespaciais e de observação da terra.
No âmbito desta parceria, acreditam que possam surgir novos projetos ligados ao desenvolvimento de tecnologias associadas com a sensorização, Big data, robótica, IA, e desenvolvimento novos modelos de negócios e novos modelos de certificação de créditos de carbono.
O objetivo passa por envolver instituições, empresas e demais parceiros de seus respectivos ecossistemas de inovação, incluindo comunidades indígenas, para participar no desenvolvimento e na implementação dos projetos, promovendo ação a cooperação e a transferência tecnológica e de conhecimento entre Portugal e o Brasil.
Para o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará, Victor Orengel Dias: "a parceria firmada com o CEiiA reafirma o compromisso do Pará em construir uma ciência conectada às procuras sócioambientais da Amazónia, utilizando tecnologias avançadas que agregam valor económico às riquezas naturais da região.
Esse movimento fortalece o parque tecnológico de Guamá, como um ambiente estratégico de inovação, pesquisa aplicada e negócios voltados à biodiversidade, impulsionando o desenvolvimento do Vale da Biotecnologia e ampliando as oportunidades de integração entre conhecimento científico e crescimento sustentável."
Já para Gualter Crisóstomo, Diretor Executivo do Digital Innovation Hub do CEiiA, o projeto contou com um investimento inicial de 2 milhões de euros e este é mais um passo que incentiva outros. "A parceria é um incentivo para em conjunto, aproveitando e potenciando as competências de cada parceiro, podermos desenvolver conhecimento, produtos e serviços que podem responder a desafios da Amazónia e que por isso são globais".
Também o GreenColab veio à COP30, mas a convite do consorcio AGROSEA mostrar o que faz no laboratório colaborativo instalado em Faro, no desenvolvimento de produtos, a partir do tratamento de microalgas e já conseguiu uma parceria para iniciar as primeiras experiências com a academia local e algumas comunidades ribeirinhas da Baia de Guarajá.
A partir de microalgas tem vários produtos em desenvolvimento, em vários domínios, desde adubos para a agricultura, a rações para animais e bens alimentares.
Pronta a entrar no mercado, tem uma cerveja artesanal com "sabor a mar" e já desenvolveu uma substância semelhante a um ovo, que já deu a experimentar a Chiefs de cozinha, tendo já como resultado, bens confeccionados, como o pastel de nata, que diz quem provou, em tudo se assemelha ao original.
Preencheu esta primeira semana de COP30 com várias expedições no terreno e uma palestra no espaço da Agrizone no recinto da cimeira.
Acompanhada de um livro infantil que editou, para oferecer aos participantes, a explicar o que faz para oferecer inovações ao mercado.
Os investigadores do GreenColab, idealizam, prototipam e optimizam processos e depois procura entidades parceiras interessadas na sua exploração comercial dos produtos.
Neste momento tem já 3 inovações no mercado, um biostimulante Allfertis, uma plataforma especializada de análises e avaliação de ingredientes para a aquacultura e também clorelas ( alga verde unicelular de água doce com alta densidade nutricional)
frequentemente usada como suplemento para fortalecer o sistema imunológico, ajudar na desintoxicação, melhorar a saúde intestinal e promover a cicatrização de tecidos.
Até ao final do mês espera ter fechado o acordo, para a cerveja de algas ir para o mercado no início do próximo ano.