Caldeira Cabral defende que "ficar à espera pelo fim de problemas de capitalização de empresas não era solução".
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O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, admitiu que "não há soluções mágicas" para a capitalização das empresas, mas destacou o programa Qualificar e vincou que "ficar à espera é que não era solução nenhuma".
"Não há soluções mágicas, mas ficar à espera é que não era solução nenhuma. Estamos a trabalhar com as associações empresariais, as empresas, para que [estas] tenham acesso a financiamento mais adequado, seja o capital de risco, o crédito, o financiamento em mercado de capitais, mas um financiamento com prazos mais longos e em melhores condições", advogou Caldeira Cabral.
O ministro falava em Lisboa, na sessão de encerramento de um debate dedicado à capitalização de empresas e reestruturação empresarial, encontro promovido a propósito do Programa Nacional de Reformas (PNR) do Governo.
A capitalização das empresas é um "eixo fundamental" do PNR, disse o titular da pasta da Economia, que advogou que o executivo procurou com este mecanismo "olhar para um problema importante da sociedade portuguesa", o das empresas com dificuldades, e "assumir o problema e que é possível encontrar soluções" para o resolver.
Caldeira Cabral destacou também medidas ligadas ao programa Capitalizar recentemente aprovadas em Conselho de Ministros e que dizem respeito, por exemplo, à criação de um regime extrajudicial de recuperação de empresas e à implementação de um mediador de recuperação de empresas.
O PNR, que motivou o debate desta tarde no ISCTE, é uma estratégia de médio prazo para o país que já foi definido pelo primeiro-ministro, António Costa, como "uma verdadeira agenda para a década".
O programa foi apresentado pelo Governo em abril do ano passado e prevê absorver 25 mil milhões de euros até 2020, sendo cerca de metade em fundos comunitários e 6,7 mil milhões de comparticipação nacional.
Já o programa Capitalizar, hoje destacado por Caldeira Cabral, junta, pela primeira vez, os ministérios da Economia e Justiça "numa estratégia comum que assume um dos objetivos inscritos no programa do XXI Governo: alcançar um crescimento económico sustentado, através da retoma do investimento empresarial e do relançamento da economia portuguesa".
Alguns dos objetivos deste programa são o "facilitar" da reestruturação das empresas ou, "quando tal não seja possível", o promover da "reintrodução de ativos" destas na atividade económica, segundo o Governo.
Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.