António Costa acusou hoje o Governo de "teimosia" e "radicalismo ideológico" por recusar outras soluções para a TAP e afirmou que uma venda por um preço baixo seria "a cereja em cima do bolo" das más decisões que o executivo tem tomado.
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"O Governo recusou uma solução, recusou duas soluções, recusou três soluções, e teimou em levar avante a solução que sabia que tinha a discordância do PS e da generalidade dos portugueses, que tem a oposição de todas as estruturas sindicais, por pura teimosia", declarou António Costa aos jornalistas no final de uma conferência sobre "Políticas públicas em 2015", no ISCTE, em Lisboa.
"Então o Governo conduz com esta teimosia, por puro radicalismo ideológico, esta opção, é que vem acusar os outros de intransigência?", questionou o líder socialista.
Confrontado com a possibilidade admitida, na quarta-feira, pelo primeiro-ministro de privatizar a TAP mesmo que as propostas financeiras dos potenciais compradores sejam consideradas baixas, o secretário-geral do PS declarou: "Isso seria a cereja em cima do bolo para demonstrar a forma altamente negativa como o Governo conduziu todo este processo".
Costa apelou ainda a Pedro Passos Coelho para ter a "humildade democrática" de travar a privatização da TAP, alegando que só está em funções por uma excecionalidade constitucional e que esse processo necessita de amplos consensos.
"Chamo a atenção que estamos numa circunstância política muito especial, já que em condições normais daqui a três semanas este Governo cessaria funções. Só por circunstâncias excecionais previstas na Constituição é que este mandato se vai prolongar por mais alguns meses - e estamos a falar de decisões que são estratégicas para o país, como é o facto de termos ou não TAP, a sobrevivência da ligação área de Portugal ao mundo", advertiu o secretário-geral do PS.