O crescimento económico pode ser mais baixo do que o previsto pelo Governo no orçamento retificativo e a descida da taxa de desemprego está dependente de uma redução da população ativa, alertou hoje a UTAO.
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A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) acredita que o crescimento económico neste ano pode ser de apenas 0,8%, abaixo do valor de 1% previsto pelo Governo no Orçamento Retificativo.
Numa análise à qual a TSF teve acesso, os técnicos que apoiam os deputados escrevem que para chegar ao final do ano com um crescimento de 1% é necessário que a taxa média de evolução económica nos dois últimos trimestres do ano seja de 0,5%. O passado mostra que os últimos meses do ano têm, em regra, crescimentos de 0,14%.
A UTAO fez as contas e concluiu que se esta média se repetir em 2014, o crescimento anual será de 0,8%, o que também pode ter um impacto, ainda que pouco expressivo, no défice e na dívida.
Já quanto ao desemprego, os especialistas calculam que para que o país atinja os 14,2% estimados pelo executivo, a população ativa tem de diminuir 0,6%.
Os técnicos recordam que em 2013 este indicador diminuiu 1,8% e no cenário do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) estava implícito um aumento de 0,1%.
A UTAO avisa ainda que em 2014 a dívida pública pode chegar aos 135,1% do PIB caso o Governo não utilize 7,1 mil milhões de euros da 'almofada' financeira que tem em depósitos.