A situação atual da Europa exige novas iniciativas públicas mais favoráveis ao crescimento, mas estas medidas devem ser resultado de um «reequilíbrio orçamental subtil», considerou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Corpo do artigo
Num documento de trabalho divulgado pelo FMI, intitulado "Encorajar o crescimento na Europa hoje", afirma-se que «a estagnação da economia e os ventos cíclicos contrários que se observam atualmente exigem uma abordagem que apoie mais o crescimento» do que as reformas estruturais já implementadas.
Os Estados europeus e a União Europeia (UE) tomaram «medidas sem precedentes» para acalmar a tormenta, mas estas vão revelar-se ineficazes se o crescimento, «que já estava estagnado antes da crise», não melhorar significativamente, consideram os autores do documento de trabalho, numa nota cujas perspetivas não vinculam o Fundo.
Os autores propõem «um reequilíbrio das contas públicas rápido, onde a pressão dos mercados é dura e, depois, progressivo, que permita o funcionamento dos estabilizadores automáticos», bem como «a elaboração de um reequilíbrio orçamental tão favorável ao crescimento quanto possível».
O pacto orçamental acordado pelos países europeus é, considera o documento, «um pilar essencial da estratégia de crescimento», mas «é preciso refletir sobre a oportunidade que vai colocar de substituir os objetivos específicos atuais, pró-cíclicos, por objetivos estruturais de equilíbrio».
Aprovado em janeiro pelos dirigentes dos Estados da UE, à exceção do Reino Unido e da República Checa, o pacto orçamental europeu, que comporta uma disciplina de gestão das finanças públicas mais apertada e determina sanções para os países signatários em caso de incumprimento, está atualmente em fase de ratificação nos parlamentos nacionais.