Mais de 75% da rede de atendimento dos CTT já funciona em parceria com terceiros. Empresa rescindiu com 360 trabalhadores num ano. Líder da empresa diz não estar preocupado com providências cautelares.
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Os CTT encerraram cerca de 50 estações de correio desde o início do ano e abriram 70 novos postos de correio alternativos em parceria com entidades externas (juntas de freguesia ou privados). Os dados foram divulgados em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo pelo presidente dos CTT, Francisco Lacerda. Inicialmente, estavam previstos 22 encerramentos .
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Francisco Lacerda confia que a atual fase de reestruturação da empresa deverá estar praticamente fechada "por agora, no próximo mês, mês e meio, até ao fim do ano seguramente". Sublinha, no entanto, que não há um objetivo quantitativo para encerramento de estações e abertura de postos alternativos, e que, "de anos a anos, é preciso olhar para a rede" para fazer um novo balanço.
Os CTT têm em todo o país 2386 pontos de acesso, de acordo com os dados fornecidos pelos CTT, dos quais 555 são lojas próprias e 1831 (quase 77% do total) são postos de correio em parceria com outras entidades.
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O presidente dos CTT reitera que os postos alternativos são abertos nos mesmos locais onde se encerram lojas ou, no máximo, a algumas centenas de metros, disponibilizando todas as atividades de serviço postal, o pagamento de reformas e o pagamento de faturas.
No âmbito do processo de reestruturação, os CTT já rescindiram por mútuo acordo com 360 pessoas no último ano. Francisco Lacerda entende que "não houve nenhum trauma ou impactos negativos, que se tenha dado por isso". Até 2020, os CTT pretendem rescindir com um total de 800 trabalhadores (meta estabelecida no ano passado), num universo de 12 mil funcionários.
Confiantes em decisões favoráveis da justiça
Francisco Lacerda confirma que a empresa foi notificada de duas providências cautelares, apresentadas para travar o encerramento de lojas, mas o presidente dos CTT mostra-se confiante. "Estamos convencidos de que estamos a cumprir a lei e que a decisão será favorável", afirma. "Quando o tribunal aceita uma providência cautelar, aceita analisar, ponderar e tomar uma decisão, não quer dizer que tenha tomado a decisão à partida".
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Os tribunais mandaram suspender os encerramentos de lojas dos CTT nos municípios de Vila Flor e Vinhais (ação interposta pela Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes); e em Aguiar da Beira e Oliveira de Frades (interposta pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões).