O secretário de Estado da Agricultura admite a possibilidade de um aumento do custo do pão, consequência do preço dos cereais que disparou 76 por cento no último ano e deve continuar a subir.
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«Claro que se os preços (dos cereais) persistirem, é possível que haja um impacto (no pão)», considerou José Diogo Albuquerque, em Mirandela, à margem de uma reunião com uma associação local de agricultores.
O governante referiu que como «o pão é um produto transformado, o impacto da subida de cereais não se sente tão imediatamente», mas não excluiu essa possibilidade.
Portugal importa 75 por cento dos cerais que consome e o secretário de Estado acredita que é possível diminuir a dependência do exterior nesta e outras áreas responsáveis por um défice de quatro mil milhões de euros na balança comercial agrícola portuguesa.
Segundo defendeu, o país pode também aumentar a produção interna com a conversão das explorações de sequeiro para regadio, além da investigação de variedades que tenham maiores produtividades em zonas difíceis e com climas secos.
José Diogo Albuquerque entende que essa solução não necessitará de novos investimentos, mas a rentabilização dos já existentes, como é o caso do projeto de 100 mil hectares de regadio do Alqueva, no Alentejo.
O secretário de Estado comentou ainda a proposta do Bloco de Esquerda para a criação de um «banco de terras», adiantando que é um assunto que o Governo «está a estudar».
Ouvida pela TSF, a Associação dos Industriais de Panificação do Norte admitiu um aumento do preço do pão, com António Fontes a afirmar que esta pode ser a única força de salvar muitas empresas em dificuldades.